Outubro marca um dos pontos altos do calendário castrense. É neste mês que, durante séculos, e invariavelmente ao terceiro fim de semana, se realiza um dos mais antigos e mais importantes certames da história de Castro Verde: a Feira de Castro.
Nos dias 20 a 21 de outubro, as bancas vão voltar a estender-se das principais artérias da vila até ao grande largo, envolvidas por um ambiente de azáfama, partilha e convívio.
Por entre a parafernália de mercadorias, a música dos divertimentos, o apregoar dos vendedores e o cheiro a castanha assada, cruzaram-se as gentes, que todos os anos aqui se deslocam em romaria para fazer parte daquela que é uma das grandes feiras do sul.
Os tempos são outros, a feira modernizou-se, mas a tradição, componente essencial deste certame, perdura na voz dos grupos corais, do cante ao baldão e no trinar da campaniça, que reforçam o seu papel através de um conjunto de propostas culturais que bebem a génese na identidade da própria feira, e nas quais se inclui a apresentação em estreia do projeto “Viola Campaniça Trio & Banda”. Três jovens tocadores e cantadores que fizeram o seu percurso do estudo da viola em projetos que se têm desenvolvido em Castro Verde, e que trazem esse trabalho ao palco do Cineteatro Municipal, na sexta feira, 19 de outubro, pelas 21h30.
A cultura algarvia continua a marcar a sua presença através dos ranchos folclóricos, num momento simbólico da sua importância na própria Feira, que acontece na Praça da República, no sábado, pelas 15h00. As filarmónicas continuam a sair à rua e a trazer o seu ar de festa, protagonizando ao longo do dia de sábado um conjunto de arruadas.
O tradicional encontro de corais “Planície a Cantar” presta homenagem ao mundo rural e às polifonias alentejanas, cantando a vida, a planície e o trabalho num desfile que decorre entre a Rua D. Afonso I e a Praça da Liberdade, pelas 16h00 de sábado.
À semelhança de anos anteriores, o serão do “XXII Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão” volta a dinamizar um dos traços culturais mais genuínos da história da Feira – o cante – e acontece a partir das 21h00 de sábado, na Associação de Caçadores das Sesmarias (antiga Taberna do Bravo).
A música tradicional manifesta-se pela voz de Arlindo Costa que, acompanhado pelo Grupo Toquesda Terra Branca, canta o Alentejo e dá corpo a este projeto através da sonoridade vários instrumentos musicais, fazendo uma especial incursão nas melodias do cancioneiro popular alentejano, a partir de arranjos musicais que se aliam a uma sonoridade moderna, baseada em ritmos e harmonias de fusão com várias culturas musicais. Um concerto a não perder também no dia 20 de outubro, pelas 21h30, no Cineteatro Municipal de Castro Verde.
A Associação Ornitológica de Aljustrel volta a associar-se à Feira de Castro, para promover a III Mostra de Aves do Campo Branco que, durante os dias do certame, poderá ser visitada no Pavilhão de Mostras do Largo da Feira.
Pela primeira vez em Castro Verde, a Escola de Voo de Santiago do Cacém promove, nos dias 20 e 21 de outubro, o I Raid de Paramotores do Campo Branco, uma iniciativa que procura divulgar a modalidade atraindo a este encontro alguns nomes de referência, como o espanhol Ramón Morillas, recordista do mundo em altitude e distância, ou o português Daniel Crespo, recordista do Mundo em Paratrike.
Neste Raid é ainda possível assistir a um espetáculo acrobático com Javi Malaguita ou fazer o batismo de voo durante os dois em que decorre a iniciativa.
A edição deste ano da Feira de Castro serve também de mote para a abertura do Centro de Promoção de Património e Turismo, no dia 17 de outubro, espaço que ocupará as antigas instalações do Mercado Municipal e que conciliará as funções de Posto de Turismo e de espaço de promoção de artesanato e produtos da região.