Vai ser apresentado, no próximo dia 26 de junho, pelas 18 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, o livro Camilo Castelo Branco por terras do Barroso e outros lugares, da autoria de Bento da Cruz, no âmbito da iniciativa cultural Trás-os-Montes – Amadora: migrações contemporâneas/desafios para a sociedade atual.
Sobre a obra
Camilo falou de Barroso (da terra, das raparigas, dos rapazes, das suas gentes) como Bento da Cruz nunca ouvira falar. A região era e continua a ser uma espécie de fundo do saco, fora do olhar da civilização e da governação, região montanhosa encastrada em mais de 70 quilómetros de fronteira com a Galiza, a norte, e bordejada a sul pela margem direita do rio Tâmega, em Ribeira de Pena. Para Bento da Cruz, «a verdadeira glória de Camilo não está no muito que escreveu mas no bem que escreveu. Conhecia todo o léxico, desde o clássico ao popular, e tinha sempre na ponta do aparo o termo mais apropriado para aquilo que queria dizer. Ninguém escreveu com mais elegância, mais pureza, mais harmonia, mais propriedade, mais fluência, mais graça. Tinha como ninguém o dom de fazer rir e o dom de fazer chorar, ao sabor das emoções.»
Sobre o autor
Bento Gonçalves da Cruz nasceu na aldeia de Peireses, do concelho de Montalegre, em 22 de Fevereiro de 1925. Num contacto direto com a vida do campo, viveu ali até aos 15 anos, altura em que ingressou na Escola Claustral de Singeverga, onde tomou contacto com os grandes escritores da antiguidade, tendo traduzido algumas das suas obras para português, a partir do latim, durante os seis anos que ali permaneceu. Abandonou a vida claustral, mas prosseguiu os estudos, licenciando-se em Medicina pela Universidade de Coimbra. Regressou então ao município de Montalegre, onde montou consultório de clínica geral e estomatologia. Em 1963 publicou o romance Planalto em Chamas, o primeiro de perto de duas dezenas de obras literárias enaltecidas pela crítica, algumas delas distinguidas com prémios literários nacionais de referência. Fundou em 1974 o jornal Correio do Planalto, de que ainda hoje é diretor. Foi deputado à Assembleia da República. É patrono da Escola Secundária Bento da Cruz, em Montalegre. Está representado em várias antologias e é hoje reconhecido como um dos mais destacados escritores portugueses contemporâneos.
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