Cultura, Póvoa de Varzim, Sociedade

256 anos da Santa Casa da Póvoa de Varzim brindados com livro

A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim celebrou 256 anos e a comemoração do aniversário ficou marcada pela apresentação do livro Da Antiga Capela de S. Tiago à Nova Igreja da Misericórdia, no passado sábado, 26 de maio.

O estudo, agora publicado, é da autoria de Deolinda Carneiro e José Flores, com o contributo de Justino Pereira, e conforme referiu Virgílio Ferreira, Provedor da Santa Casa, “é um passo importante na identificação, divulgação, mas também na preservação de modo cientificamente reconhecido, duma parte da história desta Misericórdia, que enriquece esta instituição mas também o panorama cultural da Póvoa de Varzim”. O Provedor revelou que “só com o apoio da Câmara Municipal foi possível levar a cabo a edição desta publicação”, acrescentando que entende que a ligação existente, há 256 anos, entre a instituição e o município “deve ser mantida para bem dos poveiros”.

José Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, referiu-se à importância da união entre o Município e a Santa da Misericórdia, advertindo que são esperados, no futuro, grandes desafios à instituição. “A Santa Casa terá que se multiplicar, fazer a revisão dos serviços e voltar à sua vocação inicial de assistência aos pobres e doentes. Os tempos que se avizinham são de grandes mudanças e a instituição terá que se redobrar no desempenho das suas funções”, alertou o edil.

Para o Presidente, a publicação do livro sobre património artístico e histórico da Santa Casa é uma homenagem ao Provedor Silva Pereira, que levou uma vida em defesa de causas sociais e culturais.

Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura, vê retratado no livro “um pedaço de história da Póvoa”, numa “viagem de 8 séculos”, lembrando que o interesse neste livro sobre o património artístico e arquitetónico foi “desde há anos, particularmente desde a exposição “Obras de Misericórdia”, partilhado com a Mesa da Irmandade da Santa Casa, nomeadamente com o seu saudoso Provedor Manuel Carvalho da Silva Pereira, desde sempre um entusiasta da defesa e da valorização do património histórico-cultural”. O autarca destacou ainda os contributos de Justino Pereira, Armando Marques e Mário Leite, pela Santa Casa, e de Deolinda Carneiro e José Flores, investigadores dos quadros do município, os quais, a títulos diferentes, estão presentes nas páginas deste livro que “tem o mérito suplementar de ser um belo catálogo do património epigráfico e iconográfico que explica e contextualiza esta longa história”.

Deolinda Carneiro informou que a ideia da publicação de Da Antiga Capela de S. Tiago à Nova Igreja da Misericórdia vem desde a exposição «Obras de Misericórdia» que, integrada nas comemorações dos 250 anos da Santa Casa, esteve patente em 2005-2006, no Museu Municipal. A autora confessou que “foi uma angústia fazer este livro” no sentido em que “falta um grande número de coleções que estão por estudar”, acrescentando que “há peças que mereciam uma só publicação”. Este estudo, “incompleto”, serve assim para “abrir o apetite”, referiu, esclarecendo que resulta de uma “conjugação entre a história da instituição, fotografias das peças e interpretação do estudo de cada uma”. Partilhando e explicando algumas das fotografias publicadas, José Flores esclareceu que “queríamos que o livro desse a conhecer estas imagens, a maior parte delas inéditas”. Vários são os aspetos destacados neste estudo: desde “os ex-votos provenientes da Misericórdia que formam um dos conjuntos mais interessantes das colecções do Museu Municipal conjugando o interesse artístico das pinturas com o valor das informações históricas relativas ao mobiliário, traje e etnografia”, ao “inovador urbanismo da Póvoa” de inícios do século XX, visível na Nova Igreja da Misericórdia, um projeto de Adães Bermudes, à época um dos mais conceituados arquitetos do país, e ainda na Avenida Mousinho, projetos impulsionados por David Alves.

Quanto à obra que ilustra a capa do livro – “Pietá” / Nossa Senhora da Piedade (Luis de Morales) – que só recentemente passou a fazer parte do património da região, Deolinda Carneiro, explicou que foi propositadamente escolhida por ter sido adquirida pelo Provedor Silva Pereira, prestando-lhe homenagem.

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