Cultura, Santo Tirso

Santo Tirso homenageia Vasco Graça Moura

Em cerimónia pública que decorrerá na próxima sexta-feira, dia 30 de Março, a partir das 21 horas, no salão nobre dos Paços do Concelho, a Câmara Municipal de Santo Tirso homenageia VASCO GRAÇA MOURA, no âmbito da iniciativa “MÃOS À OBRA”.

 

“MÃOS À OBRA” é a edição 2012 de “A Poesia Está Na Rua” o evento cultural que a Câmara Municipal leva e efeito, anualmente e desde 2004, com o objetivo de consolidar hábitos de leitura e de escrita, de promover e valorizar a poesia no concelho e de homenagear poetas portugueses.

 

“Mãos à Obra” – que arrancou no dia 21 de Março e se prolonga até ao dia 29 de Abril – apela à relação entre a Poesia e a Arte Pública – tendo como cenário inspirador as peças escultóricas do Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC) de Santo Tirso. Até 29 de Abril não faltarão ações promocionais da poesia, designadamente recitais, concertos, exposições e cinema, envolvendo toda a comunidade tirsense, mas tendo sempre como matriz a relação entre a poesia e as artes.

 

Refira-se que, no âmbito desta iniciativa cultural promovida pela Edilidade Tirsense já foram homenageados, desde 2004, os seguintes poetas portugueses: “A Poesia Está na Rua” (2004) – homenagem ao poeta António Ramos Rosa; “A Poesia e o Surrealismo” (2005) – homenagem ao poeta Artur do Cruzeiro Seixas; “A Poesia faz bem à Saúde” (2006) – homenagem ao poeta Manuel António Pina; “A Fé na Poesia” (2007) – homenagem ao poeta José Tolentino de Mendonça; “Ofício de Poeta” (2008) – homenagem ao poeta António Osório; “Pano Pramangas” (2009) – homenagem ao poeta A. M. Pires Cabral; “Humor com Humor se Paga” (2010) – homenagem à poetisa Rosa Alice Branco; e “Nove Semanas & Meia” (2011) – homenagem a Albano Martins.

 

Vasco Graça Moura – que este ano celebra 50 anos de vida literária e, em cuja poesia é frequente o diálogo com as outras artes – será o poeta a homenagear nesta edição 2012.

 

Biografia

 

Poeta, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, cronista e tradutor.

 

Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Vasco Graça Moura é um dos nomes centrais da poesia portuguesa da segunda metade do Século XX. Trata-se de uma evidência pacífica, sobretudo desde a publicação de Instrumentos para a melancolia (1980), momento a partir do qual a sua obra se impôs por um classicismo de contornos eruditos, que não rasura aspetos do quotidiano mais prosaico, mas privilegia sem ambiguidades o diálogo com outras artes, em particular a pintura. Livros como A furiosa paixão pelo tangível (1987) ou Uma carta no inverno (1997), são hoje clássicos da língua.
Óscar Lopes diz quase tudo quando refere a «agilidade com que, por exemplo, tanto retoma a sextina renascentista como, mais recentemente, constrói um rigoroso e virtuoso contraponto poético a partir de um simples tema de lengalenga infantil». Eduardo Lourenço prefere sublinhar o triunfo de uma «nova discursividade aleatória» que dialoga com «a História, o mito, a crónica, a poesia dos outros».
Por outro lado, o reiterado exercício da tradução é um prolongamento natural da sua própria escrita, seja com Dante (de quem traduziu, na íntegra, A divina comédia e A vita nuova) e Petrarca, seja com Shakespeare ou Rilke.
Na área do ensaísmo literário, onde a solidez da sua argumentação é de algum modo equiparável à de Jorge de Sena – pelo volume de informação e o recorte idiossincrático das questões –, deve ser dada ênfase aos estudos camonianos, de que Camões e a divina proporção (1985) e Os penhascos e a serpente (1987) são exemplos paradigmáticos.
Vasco Graça Moura exerceu advocacia (1968-76), ocupou diversos cargos institucionais, e tem sido, nos últimos trinta anos, um intelectual ativo. Designadamente, fez parte (1974-75) da primeira comissão administrativa nomeada para a Câmara do Porto a seguir ao 25 de Abril; foi eleito, nas listas do PPD, deputado à Assembleia Constituinte (1975-76); integrou dois governos provisórios, na qualidade de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Gov.) e de Secretário de Estado dos Retornados (VI Gov.); foi diretor do 1º. Canal da RTP (1978); dirigiu, durante cerca de dez anos (1979-88), a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, onde deu um impulso decisivo ao sector editorial e patrocinou a edição portuguesa da enciclopédia Einaudi; participou da task force para a reeleição do general Eanes (1980); foi vice-presidente do PEN Clube (1982-84); fez parte do Conselho Geral da Comissão Nacional da UNESCO (1983-87), de que se demitiu na sequência do caso do Courrier; liderou o «Movimento Contra o Acordo Ortográfico» (1986); foi nomeado representante de Portugal, no Comité Europeu do Conselho da Europa, para a Campanha Norte-Sul (1987); presidiu à comissão executiva das comemorações do centenário de Fernando Pessoa (1988); presidiu à Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-95); foi Comissário de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1992); dirigiu a revista Oceanos até 1995; diretor da Fundação Casa de Mateus e membro do conselho consultivo da Fundação Luso-Americana.

 

Escreveu e apresentou na televisão programas de poesia, em 1978 e 1985. Na sequência das eleições legislativas de 1995, foi demitido da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Quase em simultâneo, foi nomeado diretor do serviço de bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian e distinguido com o Prémio Pessoa. Em 1999, integrado na lista do PSD, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu. É à data Presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém.

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