Foi em Baião onde pela primeira vez se escreveu o nome de “Portugal”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Baião, José Luís Carneiro, aludindo à existência de um documento datado de 1129, o mais antigo que se conhece a ostentar o símbolo “palavra-sinal” de D. Afonso Henriques. Esse documento refere-se à doação da Igreja de S. Bartolomeu (situada em Campelo, sede de concelho de Baião), por parte de D. Afonso Henriques a Egas Ramires.
O presidente da Câmara Municipal de Baião discursava a 10 de Março, durante uma sessão de apresentação pública do trabalho de elaboração da História Social e Económica do concelho de Baião. Essa obra será utilizada para divulgar e promover a história do concelho, desde a pré-história até à contemporaneidade. A autarquia irá recorrer, também, à divulgação de documentos de grande valor histórico junto da população, como é o caso do “sinal” datado de 1129.
A abertura da sessão coube ao presidente da Assembleia Municipal de Baião, José Pinho Silva, que agradeceu à equipa, constituída por arqueólogos, geógrafos e historiadores, o extraordinário trabalho desenvolvido desde 2011, altura em que pela primeira vez foi apresentado ao público objectivo da “História Económica e Social de Baião”.
Sucedeu-se a intervenção de José Luís Carneiro, que começou por dizer que aquele era “o momento de apresentar contas ao público do trabalho desenvolvido sobre o território baionense”. “Enquanto responsável político cabe essa tarefa de dar a conhecer o que está a ser feito”, concluiu.
Deixou uma palavra de agradecimento ao coordenador da História Económica e Social de Baião, o arqueólogo, professor universitário e diretor da área Arqueológica do Freixo (Marco de Canaveses), Lino Tavares Dias e a Carla Stockler, diretora do Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira (CASA) desde meados da década de 90 e responsável das áreas de turismo e património da Câmara Municipal de Baião.
Terminou dizendo quem em 2010, o Município de Baião desafiou este conjunto de investigadores a desenvolverem estudos que consolidassem a História Económica e Social do seu território, porque Baião “é fruto do casamento milenar da natureza e da cultura, reconhecida pela leitura histórica e antropológica do que o homem fez, expressou e construiu”, acrescentou. Segundo José Luís Carneiro “só com a valorização do conhecimento do passado é possível encontrar uma explicação do Mundo que nos rodeia no presente e encontrar melhores soluções para o futuro”.
Para ilustrar esta ideia, o autarca aludiu à semelhança entre situações de crise política, económica ou institucional vividas em diferentes épocas: a reforma administrativa proposta no século XIX por João Franco foi criticada por “reforçar o centralismo”; ou as soluções preconizadas face à crise de 1892, que passaram pelo corte nas obras públicas e por cortes salariais na função pública, na ordem dos 5 a 15 por cento.
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