“As fotografias seleccionadas para esta exposição mostram-nos uma multiplicidade de aspectos da Levada de Tomar que Rosa Reis documentou sob o seu olhar interessado em formas e contrastes de luz.
Foi o reconhecimento do valor patrimonial que aproximou Rosa Reis deste sítio de Tomar com que se constrói a memória industrial da cidade, neste caso através dos vários contextos tecnológicos documentáveis na Levada, desde os lagares da Ordem de Cristo à moagem A Portuguesa.
Sem se desprender de uma demanda estética que a caracteriza, a fotógrafa identificou um conjunto singular e de raro valor. Registou estruturas hidráulicas e arquitectura, sistemas transmissores de energias e máquinas. Com a habitual intensidade da sua leitura do espaço e da paisagem urbana, faz-nos olhar as marcas do tempo e a memória do lugar, em mudança.
Entre 2004, fase de levantamento e registo patrimonial, e 2012, visitada em plena obra de reabilitação acompanhada de intervenção e investigação arqueológicas, a Levada de Tomar foi objecto da representação desta fotógrafa e do seu fascínio pelo património da indústria e pela memorização do trabalho.
As fotografias de Rosa Reis reunidas nesta exposição desafiam-nos a reflectir sobre o objecto representado, a conhecer melhor e de alguma forma a participar na salvaguarda deste património em mudança, pertença de todos, tomarenses por naturalidade ou apaixonados pelo seu conhecimento e valorização.
Esperamos que em breve o Museu da Levada a todos acolha e, com eles, se transforme num novo pólo cultural e de desenvolvimento da cidade.”
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