A “sala de visitas” da cidade de Lamego, composta pelas históricas avenidas Dr. Alfredo de Sousa e Visconde Guedes Teixeira, situada aos pés do Santuário dos Remédios, vai receber a mais importante intervenção, desde a sua construção no início do século XX, com vista à requalificação e valorização paisagística desta zona nobre. A Câmara Municipal de Lamego promete investir no local mais de 3 milhões de euros, financiados em 80% pelo FEDER, com o objetivo de favorecer a livre circulação de pessoas e potenciar a sua componente turística e comercial.
O projeto de requalificação do Espaço Público do Eixo Barroco, designação que assumirá esta empreitada, vai introduzir novos hábitos no dia a dia dos lamecenses ao regenerar o “coração” da cidade, abrangendo uma vasta área que vai desde os postos de combustível situados junto ao Tribunal de Lamego até ao escadório dos Remédios, incluindo o Largo Camões que acolhe o Teatro Ribeiro Conceição, a Sé Catedral e o Museu de Lamego. A área de intervenção corresponde a 48 mil metros quadrados.
Os pormenores desta operação, cujo arranque deverá ocorrer durante o primeiro trimestre de 2012 e durar cerca de um ano, têm despertado a curiosidade da população e suscitado um intenso debate. Em concreto, a implementação do novo desenho urbano vai unir as duas avenidas, através da supressão da circulação automóvel em torno do Soldado Desconhecido, e manter as árvores existentes, para além da plantação de 113 novas, bem como reformular as zonas de estacionamento disponíveis. No subsolo, está prevista a renovação das infraestruturas básicas e à superfície serão utilizados materiais nobres, sobretudo granito, e colocado mobiliário urbano moderno. Os quatro espelhos de água, considerados o ex-líbris da Av. Dr. Alfredo de Sousa, serão mantidos.
A melhoria da integração, mobilidade e articulação urbana do Eixo Barroco com a restante cidade também vai provocar importantes alterações na circulação automóvel em diversos arruamentos para uma melhor distribuição viária, consequência da eliminação da rotunda do Soldado Desconhecido. A solução atual gera “conflitos” entre os peões e os veículos que a autarquia de Lamego quer pôr termo.
Após a conclusão deste projeto de regeneração urbana, vai nascer uma nova avenida de grandes dimensões sem quaisquer barreiras arquitetónicas e visuais, suscetível de passar a acolher iniciativas sociais e económicas de maior impacto. Instituições públicas e privadas (IGESPAR, EDP, juntas de freguesia, entre outras), através da celebração de acordos de parceria, estão envolvidas com a Câmara Municipal para garantir o êxito deste empreendimento que promete renovar a área mais nobre da cidade de Lamego. “A candidatura submetida à obtenção de fundos comunitários foi muito bem estruturada, considerada a segunda melhor do Norte do país. Queremos manter as funcionalidades normais das duas avenidas, mas dar prioridade aos peões de modo a dinamizar o comércio e tornar este espaço mais apelativo para receber grandes eventos sociais”, explica Francisco Lopes, Presidente da autarquia. “Haverá uma melhor articulação e integração paisagística entre a nova avenida, o Largo Camões e o Parque da Cidade, em frente ao Pavilhão Multiusos, dando um tratamento mais uniforme ao espaço”, justifica deste modo a necessidade de salvaguardar e valorizar este património para uma “melhor fruição”.
Durante a sessão pública de apresentação e discussão deste projeto, ocorrida a 9 de novembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o autarca tomou nota das opiniões positivas e de algumas criticas pontuais, nomeadamente em relação ao financiamento da componente municipal do investimento que a autarquia terá de assumir. O plano de renovação do Espaço Público do Eixo Barroco é da autoria de uma equipa técnica municipal liderada por João Marques e assessoria de Pedro Guimarães, do gabinete de arquitetura que projetou o premiado Edifício Vodafone, no Porto, e assessoria na área de arqueologia de Ricardo Teixeira.
De acordo que se deve lavar a cara, mas todo o corpo envolvente também deve ser lavado.
Refiro-me a certas estradas onde nunca se fez nada, especialmente a estrada no lugar da Santinha que desce até ao rio. Esta estrada (se assim se pode chamar) é uma vergonha. A Junta nunca fez nada aqui.