A Câmara Municipal de Lamego continua a apoiar ativamente todas as manifestações culturais existentes no concelho, através, por exemplo, da promoção de um vasto conjunto de ações de divulgação de obras de autoria de personalidades locais e regionais e de livros que se debruçam sobre a realidade sócio-cultural da nossa região.
Neste sentido, o Salão Nobre dos Paços do Concelho foi, na noite de 28 de outubro último, o palco escolhido para a apresentação pública do livro Fragmentária de um Poeta Bendito, da autoria de Macário Ribeiro de Almeida.
Ao longo de quase duas horas, a literatura deu também lugar à música e à dramatização, com a participação solidária de um grande leque de amigos do autor que deste modo quiseram homenagear o talento e o virtuosismo do “melhor poeta” da região. O formalismo normalmente associado a este género de iniciativas deu lugar a um ambiente familiar e acolhedor ao longo do qual foram desfiadas as memórias de Ribeiro de Almeida, desde 1947, ano do seu nascimento em Granja Nova, concelho de Tarouca. As intervenções de Marina Valle, vereadora da autarquia, Fernando Marado, autor do posfácio da obra ali apresentada, César Carvalho e Maria Manuela Vaquero, amigos do escritor, foram enriquecidas com a declamação dos poemas A Minha Liberdade e Bálsamo, respetivamente por Teresa de Almeida e António Martins, a apresentação de um breve momento musical pelo músico Zé-Tó Teixeira que interpretou dois temas compostos por si e letra de Macário R. de Almeida – Avenida e Olhos de Veludo – e a dramatização e música do poema Ao Pai … pelo ator Ricardo Guedes. A assistência numerosa que esqueceu o frio que se fez e sentir e se deslocou aos Paços do Concelho naquela noite devolveu com muitos aplausos a dedicação e a arte dos participantes. “Macário R. de Almeida, o Homem, o Professor, o Poeta com uma profunda ansiedade e um turbilhão de sentimentos íntimos e telúricos que constituem a fonte criadora da sua extraordinária, sentida e vivida Poesia”, sintetiza Marina Valle. Na introdução ao livro Fragmentária de um Poeta Bendito, o autor anuncia: “O Poeta do Bendito tem como objecto o todo e o tudo de que os mundos são feitos e contêm: o exterior (a natureza) e o interior (o coração do homem) e como objectivo a construção de uma humanidade mais ilimitada, espiritualizada e distanciada da carne.”
Macário Ribeiro de Almeida é o quarto dos dez filhos de um casal de professores primários, tendo desenvolvido desde muito cedo o gosto pela leitura entre papéis, letras e livros. Cursou o magistério primário na cidade da Guarda e exerceu as funções de docente em vários pontos do país e em França, fazendo-se acompanhar pelos autores com quem mais se identificava. Finalmente, radica-se em Granja Nova e, “tão emotivo como observador, depressa mergulha a fundo no fascínio da poesia, adotando uma postura de aparente indiferença pelo mundo que o rodeia. Porém, nada mais ilusório”. Em 1993, publica o livro Fragmentária dum Poeta Maldito e depois é coautor, na companhia de vários autores citadinos e regionais, de vários projetos: Lamego da História à Ficção; Lamego no Virar do Milénio; Ardinia e Tedo – Lenda em Jogo de Formas, Amor Razão Maior, entre outros. Em 2003, da parceria com Natércia Dinis, publica A Flor e o Cosmos, e em 2006 com Fernando Branco Marado apresenta Lendas e Crónicas/ Crónicas e Lendas. No ano passado, publicou O Casal Almeida-Professores Primários, uma justa e sentida homenagem a seus pais. A juntar a isto, tem sido presença assídua nos jornais locais, deixando patente naquilo que escreve “o encontro e o desencontro, o encanto e o desencanto, consigo e com o mundo, no qual Lamego desde há muito é a sua cidade de eleição”.
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