Será testado brevemente em Portugal, no concelho da Póvoa de Varzim, na freguesia de Aguçadoura, o primeiro protótipo de uma turbina eólica assente numa plataforma flutuante offshore – o “WindFloat”. O dispositivo está localizado a uma distância de cerca de seis quilómetros da orla litoral, numa profundidade de perto de 60 metros.
Dada a importância do projecto, foi escolhido para tema de uma conferência realizada na passada sexta-feira, na Sede da Junta da Vila, no âmbito dos 78 anos da criação da freguesia de Aguçadoura. A apresentação do “WindFloat” foi feita por João Maciel, da EDP Inovação, empresa que lidera o projecto, e contou com a presença de Sérgio Cardoso, Presidente da Junta de Aguçadoura, e de Aires Pereira, Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.
João Maciel informou que o dispositivo “WindFloat”, que começou a ser construído em Fevereiro de 2010, no LISNAVE, está já submerso no local e suportou a recente intempérie. A estrutura cumpre todos os requisitos, incluindo a segurança de quem pesca ou passa naquela zona, esclareceu, garantindo desconhecer eventuais prejuízos causados em apetrechos de embarcações de pesca.
A sua implementação divide-se em três fases, sendo que a primeira é de demonstração, ou seja, após a instalação será testada a operacionalidade, haverá uma fase intermédia pré-comercial e, por último, a comercial. A localização do projecto é a mesma do Parque de Ondas de Aguçadoura possibilitando o aproveitamento do cabo submarino de ligação à subestação eléctrica em terra e a própria subestação eléctrica, ambos já existentes. João Maciel explicou que o aproveitamento da energia eólica no mar, em grandes profundidades, com turbina assente em plataforma flutuante é uma solução inovadora e mais competitiva do que em plataformas fixas, sendo que a partir dos 40 metros de profundidade deixa de ser economicamente viável uma estrutura rígida fixa ao fundo do mar, devido à complexidade do projecto, fabrico e instalação.
Windfloat é uma tecnologia inovadora na energia eólica e conta com o envolvimento de parceiros locais e internacionais. São proponentes deste projecto a EDP Inovação S.A. que lidera o projecto, a empresa americana que desenvolveu o conceito, Principle Power Inc., a empresa metalomecânica responsável pelo fabrico, A. Silva Matos S.A., o fundo de capital de risco do Estado Português InovCapital S.A. e o fabricante Dinamarquês de turbinas, Vestas. O financiamento do projecto foi assegurado através de contribuições dos parceiros do projecto e com um subsídio a fundo perdido do Fundo de Apoio à Inovação (FAI).
A estrutura representa um investimento de 20 milhões de euros e que permitirá “criar cerca de oito mil postos de trabalho” em Portugal.
No passado dia 26 de Setembro, a secretaria de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território revelou que o Governo emitiu um parecer favorável ao WindFloat. O projecto “poderá avançar”, desde que “salvaguardadas as condicionantes identificadas pela entidade coordenadora da Avaliação de Incidências Ambientais, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, bem como mediante o cumprimento integral das medidas de minimização e de compensação”, explicou ainda aquele organismo do Estado, em comunicado.
Sérgio Cardoso, presidente da Junta de Aguçadoura, espera que o “WindFloat” seja um sucesso, depois do “falhanço” do projecto do Parque de Ondas de Aguçadoura através de Pelamis, em 2008. O autarca está satisfeito pelo investimento agora efectuado, considerando que a vila é referenciada no país e no mundo.
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