No próximo dia 15 de Outubro o Teatro-Cine de Torres Vedras vai ser palco de mais um concerto integrado no Roque Beat.
No âmbito deste ciclo dedicado à nova música nacional actuarão na ocasião, a partir das 21h30, B. Fachada e Lula Pena.
O preço do bilhete para se assistir a este espectáculo é de 5 euros.
B Fachada
Há dois anos ninguém lhe sabia o nome. Mas já se torna claro que é o melhor escritor de canções português da sua geração. Desde João Peste ou António Variações que não havia tanta vibração e frescura que só quem canta com a verdade na voz consegue comunicar. O seu poder resulta, acima de tudo, de uma leitura de crítica e lucidez de ímpeto inquebrantável. Bernardo Fachada diz-nos que “há o cuidado de não substituir uma convenção por outra. Destruir sem fazer, sem ser moralista”. Aprendeu-o com a arte pop. “Basta documentar as convenções que elas fazem o trabalho por si (…), como se fosse um mundo sem cura”. As suas letras, claro, brilhantes, relatam de forma humana e contemporânea, o que é viver na Lisboa e no Portugal de hoje, com seriedade e com coração. Afinal, B Fachada mede “as consequências” da sua música “a nível e impacto pessoal. Tenho feito os possíveis por fazer coisas que me façam comover”.
Lula Pena
Lula Pena (Lisboa, 1974) é uma cantora, guitarrista, compositora e intérprete portuguesa, que em Junho de 2010 lança o seu segundo álbum, ‘Troubadour’ (Mbari) depois de um silêncio de doze anos, que se seguiu ao lançamento do extremamente bem sucedido ‘Phados’ (Carbon 7). “A tradição tem que ser mantida viva para que seja tradição”. Lula Pena toca um fado a que tira o f, assumindo-se, sem drama ortográfico mas com crença, como “phadista”. Vivendo imersa nesta relação tão singular com o som, com a memória e com como carregamos connosco tudo o que já vimos, observámos e aprendemos para todo o lado, podemos pensar em Lula não só como uma das grandes reinventoras do fado, mas alguém que verdadeiramente o viveu e segue vivendo.
Nas suas palavras, “O artista é o que consegue expandir implodindo-se a si e ao mundo”. “Fazer com que a poesia seja a divisa deste mundo. Nada mais”.