No dia 23 de Julho decorreu em Mação um Seminário associado ao desenvolvimento de produtos turísticos denominado “Jornadas Técnicas: Dinamização Turística dos Territórios”.
A organização foi da Associação Portuguesa de Turismo Cultural com o apoio da Câmara Municipal de Mação.
O Seminário apresentou um conjunto de comunicações realizadas por especialistas da área do Turismo convidados para o efeito. Na abertura dos trabalhos o Vice-presidente da Autarquia, Vasco Estrela, falou na aposta da Autarquia na Marca Mação, que apresenta potencialidades económicas e turísticas, referindo que a Câmara deu todo o apoio possível no desenvolvimento deste projecto cabendo agora aos comerciantes aproveitá-lo, o que será positivo para todos.
Dinamização Turística dos Territórios
A Técnica do Museu, Sara Cura, fez uma apresentação sobre as potencialidades Turísticas e as actividades culturais que são desenvolvidas em Mação, numa perspectiva do trabalho desenvolvido pelo Museu e a forma como se articula com todo o Concelho.
Luís Mota Figueira, Director do Curso de Gestão Turística e Cultural do Instituto Politécnico de Tomar, fez uma apresentação sobre recursos endógenos e as suas potencialidades como produtos que incentivem e promovam o turismo.
O maçaense António Cardoso fez uma apresentação do famoso Vinho da Chave Dourada como elemento estruturante do desenvolvimento local, dando a conhecer as necessidades estruturais e organizativas para a implementação deste produto, como factor de desenvolvimento económico e cultural integrado e sustentável.
João Filipe, de Ortiga, investigador da história local daquela Freguesia fez uma apresentação muito interessante sobre a história da Pesca, focou a importância das pesqueiras e a singularidade dos barcos de Ortiga referindo o facto de se estar a perder, junto com o último Calafate que ainda os sabe construir, o fabrico destes barcos. Com base nos seus estudos e no conhecimento que tem da área apresentou ainda um conjunto de ideias de rotas culturais a partir de Ortiga, na perspectiva da rota da pesca, outra mais ambiental, todo um leque de sugestões muito interessantes e a desenvolver.
João Gomes, Director da Unidade Hoteleira Abrantur, fez uma apresentação numa perspectiva mais empresarial referindo algumas dificuldades e a necessidade de uma melhor articulação entre as entidades públicas, não só Autarquias, desta região. No fundo, João Gomes considera ser essencial a criação de uma plataforma com toda a oferta, com todas as potencialidades turísticas desta região, de forma a conseguir gerir-se de uma forma mais uniforme os recursos do território que compreende o Médio Tejo.
“O Vinho da Chave Dourada”
No período da tarde, teve lugar uma visita guiada a Mação seguindo-se uma visita à Biblioteca Municipal onde decorreu o lançamento do livro “O Vinho da Chave Dourada” do maçaense António Cardoso.
O livro apareceu na sequência de um trabalho feito por António Cardoso no âmbito da d isciplina de Gestão Autárquica do Património Cultural, do Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural. Trata-se de um livro que mostra as potencialidades do Chave Dourada como produto cultural e económico de qualidade singular, existente no Concelho de Mação, as parcerias possíveis para o seu desenvolvimento como negócio, o seu relacionamento com o Território onde se insere e qual o seu posicionamento no mercado. Faz ainda uma análise do seu enquadramento histórico e legal, retrocedendo à época do Marquês de Pombal e analisando perspectivas de futuro baseadas na legislação existente e nas normativas da União Europeia.
O Presidente da Câmara Municipal de Mação, Saldanha Rocha, elogiou o trabalho desenvolvido, que culminou na obra apresentada e sublinhou o trabalho desenvolvido pela Autarquia na aposta de produtos endógenos e tradicionais, como o presunto, o mel e outros. Referiu a aposta na Marca Mação e todo o esforço que tem sido feita na sua divulgação e a possibilidade de se estender esse trabalho a outros produtos, como o Chave Dourada.
Refira-se que a Câmara Municipal de Mação tem um projecto de revitalização deste vinho licoroso, em vias de extinção mas que ainda é produzido no concelho. O “Chave Dourada” será assim preservado e conservado. Com este projecto pretende-se voltar a criar o pipo existente na câmara, e que foi destruído durante as invasões francesas” e fazer do Município um produtor, de modo a salvaguardar para o futuro este vinho. De tradição familiar, este produto está no segredo de três famílias, as quais já foram contactadas e estão receptivas à ideia.
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