Até ao dia 4 Setembro quem visitar o Centro de Exposições de Odivelas, poderá rever a Exposição «Tintin e(m) Portugal». A Exposição, que comemorou, em 2007, o centenário do nascimento de Hergé – o pai criador da figura ilustre da banda desenhada, regressa assim ao Concelho de Odivelas.
É sobejamente conhecida a influência de Tintin no imaginário de milhões de cidadãos de todos os países do mundo e particularmente para os cidadãos dos países em que Hergé levou as aventuras de Tintin, Milou, Dupont, Dupond, Tournesol, Castafiore e esse deslumbrante capitão Haddock, que Hergé diz ser ele próprio em momentos de mau humor. Em todos os outros momentos Hergé sempre disse que Tintin, sou eu.
Foi grande e peculiar a amizade de Hergé por Portugal. Muito por culpa e com a cumplicidade desse nome maior das revistas juvenis do nosso país: Adolfo Simões Müller (1909-1989).
Sob sua direcção, em 1936, Tintin e Milou (à época Tim-Tim e Rom-Rom) foram publicados em O Papagaio. Após o último número deste semanário infantil, passou a ser publicado no Diabrete e depois no Cavaleiro Andante. Em 1963-1964, o Zorro, uma das revistas mais marcantes dessa época, publica As Jóias da Prima – Dona (Bianca Castafiore, claro).
Mas, o período de ouro é a versão portuguesa da revista Tintin, que se publicou entre 1968 e 1982, onde pontificaram nomes como Vasco Granja, Dinis Machado e Mário Correia.
Apesar de nunca nos ter visitado, Hergé levou-nos, portugueses, para os seus álbuns:
– Oliveira da Figueira, o caixeiro – viajante, de Lisboa em Os Charutos do Faraó, pp.13 e em Tintin no País do Ouro Negro, pp.40/41
– Pedro dos Santos, célebre físico da Universidade de Coimbra em A Estrela Misteriosa, pp.16
– «E eu, senhor Tintin, represento o Diário de Lisboa. Se vossa excelência nos quiser dar a honra do exclusivo da sua reportagem, teremos muito prazer em lhe pagar a soma de 500.000 escudos…», em Tintin no Congo, pp.11
– E o próprio Tintin, que se faz passar por Álvaro, sobrinho de Oliveira da Figueira, em Tintin no País do Ouro Negro, pp.43
Hergé (Georges Remi) nasceu em Bruxelas, a 22 de Maio de 1907 e faleceu a 3 de Março de 1983 na Clínica Saint – Luc, também em Bruxelas.
Tintin nasceu a 10 de Janeiro de 1929.
Nunca morrerá.