Cultura, Póvoa de Lanhoso

Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso institui Prémio de Artes Plásticas José Augusto Távora

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, através da Divisão da Cultura e Turismo (DCT), está a promover o concurso internacional Prémio de Artes Plásticas “José Augusto Távora”, que decorrerá durante o mês de Agosto, na galeria do Theatro Club, competindo as disciplinas de Pintura, Escultura, Desenho e Técnicas Mistas.

Promover, fomentar, estimular e valorizar o interesse pelas artes plásticas; estimular, valorizar e promover o trabalho desenvolvido pelos artistas plásticos são os objectivos deste concurso, que recebe o nome de um artista que viveu na Póvoa de Lanhoso desde a década de trinta até 1956.

A entrega do Prémio está agendada para o dia 13 de Agosto, num momento inscrito no âmbito do programa das Comemorações dos 10 anos da Reabertura e Programação Regular do Theatro Club. De seguida, os trabalhos participantes ficam em exposição na Galeria daquele espaço.

A participação é gratuita e aberta a artistas nacionais e estrangeiros. As obras deverão ser entregues até ao dia 20 de Julho de 2011, no Theatro Club.

O júri atribuirá os prémios respectivos, no valor de 500 euros, nas categorias de Prémio de Pintura, Prémio de Escultura, Prémio de Desenho e Prémio de Técnica Mista.

É obrigatória a consulta do Regulamento (aqui) e preenchimento da Ficha de Inscrição (aqui).

José Augusto Távora

Pintor de artes, nasceu na freguesia dos Anjos, Lisboa, em 20 de Novembro de 1891. Era filho de Henrique Távora e de Dona Joaquina Ferrão, e foi casado com Dona Elvira Soares Braga, natural de Santo António, cidade do Rio de Janeiro e oriunda de uma família de Nasce, São Gens de Calvos.

Távora frequentou o Curso Preparatório e Curso Especial de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Em Maio de 1928, a imprensa local noticia a estada acidental de José Augusto Távora na freguesia de São Gens de Calvos, acompanhado da esposa. Em 1938, Távora já estava ligado ao grupo cénico povoense, pois foi ele quem renovou, “com pinturas delicadas”, os cenários para a peca “A Espadelada”, obra que o artista fez, refere a imprensa, por um preço generoso.

Em 1945, o repórter visitou o “atelier de pintura” de José Augusto Távora, situado num dos compartimentos da Casa da Botica, quando o pintor preparava as suas obras para uma exposição que ia realizar na cidade de Guimarães (em Fevereiro), acontecimento que A. Garibaldi (crítico de arte) definiu como “uma exposição de rasgados voos e de robusta compleição”, dizendo estar na presença de “um poderoso artista, de um artista com muito valor, que merecia um meio mais propício às suas qualidades”, pois, na Póvoa de Lanhoso, onde tinha residência, vivia “sufocado” por ser um “meio restrito, onde as aspirações e compreensões artísticas deviam ser reduzidas”.

Foi na Póvoa de Lanhoso que José Augusto Távora viveu desde a década de trinta até 1956. Era muito estimado e respeitado. Pintava muito. Andava pelas ruas, pelos caminhos, pelas freguesias a fixar instantes da vida, do trabalho e da terra. Todos o conheciam. Todos o admiravam. Mas nos últimos anos da sua vida, passou fome e frio (dormia nas traseiras da tipografia do “Maria da Fonte”, queimando jornais para se aquecer).

Morreu no Hospital António Lopes às duas horas do dia 18 de Agosto de 1956. Tinha 64 anos de idade, a profissão de pintor e a condição de indigente.

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