Sob o lema: “Conheça os seus números, meça a pressão arterial” Évora recebeu ontem (dia 17) as comemorações nacionais do Dia Mundial da Hipertensão, promovidas pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão em parceria com a Ordem dos Farmacêuticos e com o apoio de várias entidades, entre elas a Câmara Municipal de Évora.
Rastreios gratuitos à pressão arterial, exposição sobre o concurso de desenho livre feito pelas escolas, palestras, tiro ao alvo e actividade física foram alguns dos eventos que deram cor e movimento à Praça de Giraldo.
Segundo os organizadores, a hipertensão (ou tensão alta) é uma doença crónica que não apresenta sintomas mas afecta e danifica artérias e vários órgãos vitais do corpo humano. Em Portugal, atinge quase metade da população (42%), mas apenas 39% estão tratados e só cerca de 11% estão controlados. O Alentejo é a região com maior número de casos.
Os valores mais altos registam-se nos maiores de 65 anos, mas há já cada vez mais crianças e jovens, o que se deve ao consumo excessivo de sal aliado à falta de exercício físico e à obesidade, sendo necessário conjugar esforços para reverter essa situação.
É essencial medir periodicamente a pressão arterial que não pode atingir valores superiores a 14/9, importando fazer o diagnóstico, tratar e controlar a doença, prevenindo a ocorrência de situações vasculares altamente incapacitantes e evitando a mortalidade.
No Salão Nobre dos Paços do Concelho decorreu uma sessão pública com intervenções de António Jara (Representante da Ordem dos Médicos e responsável local pela organização do Dia Mundial da Hipertensão); Jorge Periquito (Associação de Hipertensos de Portugal); António Hipólito de Aguiar (Membro da Direcção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos); José Nazaré (Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão) e José Ernesto d’ Oliveira (Presidente da Câmara Municipal de Évora).
António Jara agradeceu a escolha de Évora para esta comemoração que visa “realçar a importância da prevenção dos AVC, das doenças cardíacas e renais causadas pela hipertensão e comunicar ao público informações na prevenção, detecção e tratamento”.
Constatando o elevado peso das doenças cardiovasculares nas causas de morte e sendo a hipertensão um factor de risco cardiovascular, salientou a importância de ter um estilo de vida saudável que inclua actividade física regular, regime alimentar com pouco sal e rico em legumes frescos e frutas. Destacou ainda as actividades previstas durante o dia e agradeceu aos parceiros.
Jorge Periquito falou da associação fundada há quatro anos em Santarém, do papel desta na defesa do doente e na urgência do despertar dos poderes para que considerem oficialmente esta como doença crónica, que tem custos elevados com medicamentos.
Hipólito Aguiar saudou a organização do evento e sublinhou a importância do trabalho dos farmacêuticos no combate a esta doença e apoio aos que dela sofrem, mostrando a disponibilidade destes profissionais para continuar o referido caminho.
José Nazaré realçou a importância de envolver políticos e farmacêuticos neste trabalho e fez uma breve caracterização dos aspectos fundamentais de combate à hipertensão, destacando também a inclusão em Diário da República, em 2009, da norma sobre a quantidade de sal no pão, fazendo agora falta outra sobre rotulagem dos alimentos, indicando por cores a quantidade de sal.
José Ernesto d’ Oliveira agradeceu a escolha de Évora para estas comemorações e destacou a necessidade de alertar a população para a temática, falando também no trabalho concreto realizado pela Câmara de Évora na promoção da qualidade de vida e reafirmando ainda o compromisso de continuação com estas políticas de promoção da saúde.