Cantanhede, Cultura

Orquestra Juvenil dos Conservatórios Oficiais de Música na Igreja Matriz de Cantanhede

No próximo dia 15 de Abril, sexta-feira, pelas 21.00 horas, a Orquestra Juvenil dos Conservatórios Oficiais de Música, dirigida pelo maestro Eduardo Garcia-Barrios, actua na Igreja Matriz de Cantanhede, no âmbito do II Ciclo “Sons e Sentidos.

A iniciativa, organizada pela Academia de Música de Cantanhede – Fundação Pires Negrão em parceria com a Paróquia de Cantanhede e com o Alto Patrocínio do Município, segue um modelo de organização que prevê a realização de um concerto por mês neste espaço histórico, que apresenta características acústicas e estéticas de excelência para a realização eventos musicais. Trata-se de uma mostra do trabalho de jovens músicos de diferentes agrupamentos musicais, instrumentais e corais, que irão apresentar um reportório musical variado em seis sessões.

Para o próximo 22 de Maio, pelas 18.00 horas, está agendada uma actuação da Classe de Conjunto “O Canto e o Drama” do Conservatório de Música de Coimbra. Em 5 de Junho, pelas 18.00 horas, será a vez da Orquestra de Sopros, Coro e Percussão da Academia de Música de Cantanhede. O encerramento do Ciclo de Concertos será no dia 3 de Julho, também pelas 18.00 horas. 
 

Orquestra de Jovens dos Conservatórios Oficiais de Musica – OJ.COM

A Orquestra de Jovens dos Conservatórios Oficiais de Musica – OJ.COM – foi criada pelos Conservatórios públicos nacionais com o objectivo de proporcionar aos seus alunos a prática orquestral. Esta orquestra reúne-se anualmente em estágio organizado por cada uma destas escolas, em sistema rotativo.

O primeiro destes estágios aconteceu no Funchal no ano lectivo de 2001/2002, tendo a respectiva organização sido da responsabilidade do Conservatório – Escola das Artes da Madeira e a direcção artística entregue ao Maestro Rui Massena. Nos anos seguintes coube a vez, sucessivamente, ao Conservatório de Música de Coimbra com a direcção artística do Maestro Cesário Costa, ao Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian dirigido pelo Maestro Ernest Schelle, à Escola de Música do Conservatório Nacional onde a direcção coube ao Maestro Alberto Lysy, ao Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga com a direcção do Maestro Martin André e ao Conservatório Regional de Ponta Delgada dirigido pelo Maestro Pio Salotto. A organização do VII Estágio, realizado em 2008, coube ao Conservatório de Música do Porto, e decorreu em Março na Casa da Música com Nicholas Kok como Maestro responsável. 
 

Eduardo García-Barrios

Eduardo García-Barrios é herdeiro da tradição musical de seu pai, tendo com ele iniciado a sua educação musical e adquirido conhecimentos de piano, contraponto e harmonia. Segui depois as suas aprendizagem com diversos professores da Cidade do México, até que Guela Dubrova, sua professora de violeta, lhe propôs prosseguir a formação musical na então União Soviética.

Viver neste país cerca de 10 anos aproximou-o de grandes mestres que influenciariam decisivamente a sua carreira, tais como o renomado pianista Mikhail Voskresensky e Dimitri Kitayenko, Maestro Titular da Orquestra Filarmónica de Moscovo.

Nos seus últimos anos naquela cidade, fundou a Sinfonieta de Moscovo e, em 1990, obteve o Diploma de Director (Maestro) Sinfónico e de Ópera pelo Conservatório Tchaikovski de Moscovo, com as classificações máximas.

Nesse mesmo ano regressou ao México acompanhado de um grupo de músicos russos para fundar a Orquestra de Baja Califórnia, da qual foi Director Artístico até 1998. Durante esta etapa dedicou especial interesse a projectos interdisciplinares, pelo que realizou diversas produções ao lado de artistas de diferentes áreas.

De 1998 a 2002 foi Director Titular da Filarmónica da Universidad de Lima, Perú, e dirigiu diversas formações orquestrais nos Estados Unidos, Rússia e América do Sul, acumulando estas funções com as de Director Associado da Orquestra Sinfónica de San Antonio, Texas (EUA) até 1999.

No México foi Director Residente de quase todas as orquestras do país, nomeadamente, a Orquestra Sinfónica Nacional, a Orquestra Filarmónica da Cidade de México, a OFUNAM e a Orquestra do Teatro de Belas Artes. Na sua discografía destacam-se Música de Salón, com obras de Silvestre Revueltas, Héctor Villalobos, Arturo Márquez e Sergio Ramirez; El Danzón según Márquez, Eugenia León interpreta a Cri-Cri, para além de uma série de produções discográficas dedicadas à obra do compositor norte-americano Meyer Kupfermann.

Para além da sua trajectória enquanto Director Sinfónico, parte do seu trabalho tem estado orientado para a abordagem à música popular, género no qual trabalhou com artistas como Tito Puente, Arturo Sandoval, El mariachi Vargas, Betsy Pecannins, Eugenia León, Lila Downs, Margie Bermejo, Astrid Hadad e Liliana Felipe. O Maestro García-Barrios considera este tipo de colaboração uma forma de partilhar sonoridades e energias, transcendendo paradigmas. 

Nos últimos anos tem desempenhado o cargo de Director Musical da Orquestra Juvenil Carlos Chávez, participando na consolidação deste projecto educativo, artístico e social, ao mesmo tempo que desenvolve actividade como Director Artístico e Musical do Laboratório de Investigaciones Escénico- Musicales A.C. (LIEM), projecto em cujo âmbito tem abordado o reportório de Ópera e desenvolvido um amplo trabalho social com o Coro Comunitário da Cidade do México.

Na sequência da sua visita à Venezuela para dirigir a Orquestra Simón Bolívar, do contacto com o fundador do “El Sistema” Venezuelano, José Antonio Abreu, e em resultado da relação com o Maestro Sergio Ramírez, criador e promotor dos núcleos orquestrais no México, concretizou a sua ideia de vincular a excelência artística a um projecto social, pelo que decidiu formar parte do Conselho Académico que gerou no México o conceito de Orquestra-Escola baseada no modelo venezuelano.

García-Barrios é, actualmente, Director do Centro de Artes Musicales de Baja Califórnia, projecto que é produto da sua larga trajectoria pedagógica e do seu compromisso com a sinalização de talentos, a criação de orquestras juvenis e infantis e a participação em programas sociais de alto impacto.

Retomou, recentemente, o cargo de Director Musical Titular da Orquestra de Baja California.

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