O XIII Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede prossegue no próximo dia 5 de Março, sábado, com dois espectáculos, em Portunhos e Outil.
Em estreia na edição deste ano do Ciclo de Teatro, o Grupo de Teatro do Pedra Rija de Portunhos apresenta no Centro Cultural e Recreativo da Pena, pelas 21.30 horas, “Ai os Preços!”, comédia adaptada da sátira “Os Preços” da autoria de Jaime Salazar Sampaio, apresentada em 1976.
O enredo desenvolve-se em torno de um indivíduo que, vivendo atormentado por ver os preços a subir constantemente, recorre a médicos, advogados e até bruxos no sentido de obter um atestado de maluco “…p’ra governar a vida”. Mas o diagnóstico não foi exactamente aquele que estava à espera.
O Grupo de Teatro Amador do Clube União Vilanovense sobe ao palco da sua sede, pelas 21.30, para apresentar novamente “Filho Sozinho”, drama em três actos encenado por este grupo cénico e cujo enredo, da autoria de Francisco Ventura, propõe uma reflexão sobre a educação familiar, a partir da angústia de um casal com um filho único socialmente desintegrado. Esta actuação surge depois de em 5 de Fevereiro um imprevisto de saúde ter levado ao cancelamento da primeira actuação deste grupo.
Sobre o Grupo de Teatro do “Pedra Rija” de Portunhos
O teatro em Portunhos terá tido alguma expressão há cerca de cinco décadas, por dinamização do pároco local à altura, Padre Ramiro Moreira. As actividades tinham lugar num espaço cedido por Antónia Moreira, sobrinha do Conselheiro Ferreira Freire.
Entretanto, com a constituição da Fundação Ferreira Freire e a chegada a Portunhos de animadoras sociais, foram dinamizadas diversas actividades culturais e recreativas, como é o caso de algumas récitas, com canções e pequenos “sketches”, realizadas no referido espaço.
Com a construção de um novo salão pela Fundação Ferreira Freire, a Associação Cultural Desportiva e Recreativa “Pedra Rija de Portunhos”, fundada em 1978, passou a levar a cabo algumas actividades nesse local. Entre elas, destaca-se a recepção a alguns grupos de teatro e a promoção e ensaio de um espectáculo de variedades com artistas e músicos de Portunhos, Pena, Outil, Ançã e Cantanhede, que teve a sua estreia na passagem de ano 1982/83, seguindo-se a sua apresentação noutras localidades.
Esta experiência deu origem ao Grupo de Teatro do Pedra Rija, que levou à cena o drama, em três actos, “Justiça ou vingança” de Gabriel da Frada a que se seguiram as peças “A flor de aldeia” (opereta), “O doente imaginário” (Moliére), “Almas do outro mundo” (comédia em dois actos), “O Mar” (Miguel Torga), “Na boca do lobo” (comédia), para além de outras pequenas peças.
Já em 1993 foi preparado o texto “O passageiro do expresso” de José Rodrigues Miguéis, mas devido a dificuldades relacionadas com as obrigações profissionais e académicas dos actores, o Grupo foi obrigado a parar a sua actividade.
Com a realização dos Ciclos de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede foi reiniciada a sua actividade em 2004, com a apresentação, em 2005, da peça “De um caso…virá um dia, virá…”, a partir dos textos “O meu caso”, de José Régio, e “Virá um dia, virá…” de António Cabral. Seguiram-se as peças “Na Barca de Mestre Gil” (Gil Vicente) de Jaime Gralheiro, “O Doido e a Morte” de Raul Brandão, “Temos tempo Matilde” de António Cabral, “A Revolta da Maria da Fonte” de Dino de Sousa e “Leandro, Rei de Helíria” de Alice Vieira.
O Grupo de Teatro do “Pedra Rija” de Portunhos participou no “Ciclo de Teatro da Primavera” do INATEL de 2009, actuando em Casal de S. João (Arganil) e Lavos (Figueira da Foz), e apresentou também o mesmo espectáculo na E.B. 2,3 de Cantanhede e em Enxofães, para além de Portunhos, Pena e Cordinhã.
No ano passado apresentou uma peça a que deu o nome de “História com reis, curandeiros e outros que tais…” e que resultou de uma adaptação de dois textos – “História com reis…”, de Manuel António Pina, e o “ Auto do Curandeiro” de António Aleixo – a que juntou algumas poesias e canções (adaptadas), como a “Criação do mundo” de Vinícius de Moraes, ou os “Vampiros” de Zeca Afonso.
Sobre o Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense
A origem do Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense remonta ao início do século passado, quando um conjunto de entusiastas formou um agrupamento cénico de carácter amador na localidade. Fundado em 1913, durante anos o grupo era constituído maioritariamente por homens, o que obrigava a que alguns papéis femininos fossem interpretados por elementos do sexo masculino.
A sua actividade tem sido quase contínua desde a sua existência, tendo interrompido as representações apenas nas décadas de 1940 e 1970, mas nunca por períodos superiores a um ano. Na primeira década de existência, funcionou sem sede própria, apresentando as peças numa adega particular, até que, em 1926 foi inaugurada a sede do Clube União Vilanovense num imóvel que ainda hoje é a casa-mãe da colectividade.
Actualmente, são cada vez mais os jovens que se dedicam às artes cénicas e à expressão dramática. Todos são actores amadores, sendo de salientar o facto de muitos frequentarem acções de formação neste domínio, designadamente as que a Câmara Municipal de Cantanhede tem vindo a promover, sob orientação de actores profissionais.
Além da representação, há outras vertentes, desde o grupo coral e respectivos músicos, passando pela execução de tarefas de produção, como a montagem dos cenários, preparação dos adereços, iluminação e som, as quais estão a cargo de elementos que trabalham arduamente para que os espectáculos atinjam a melhor expressão artística possível.
Geralmente o Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense estreia no Dia de Natal uma nova peça, uma preocupação que se repete também em cada edição do Ciclo de Teatro Amador no Concelho de Cantanhede, não só para despertar o interesse do público, mas também para motivar os elementos para novos desafios artísticos.
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