Está tudo a postos para o arranque do XIII Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, iniciativa promovida pelo pela Câmara Municipal para fomentar a revitalização da actividade das associações culturais com intervenção neste domínio. Durante cerca de dois meses, haverá teatro todos os fins-de-semana no âmbito desta ampla acção cultural que terá a participação de 14 grupos cénicos. No total vão estar envolvidas cerca de 300 pessoas, na sua maioria actores amadores, mas também outros elementos que asseguram a realização de várias tarefas ao nível da produção e montagem das encenações.
A abertura está agendada para 5 de Fevereiro, com espectáculos em Casal de Cadima e Vila Nova de Outil. No sábado a partir das 21.30 horas, o Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva do Casal (Freguesia de Cadima) apresenta na sua sede um scketch e duas pequenas comédias da autoria de Manuel Silva Barreto. “Vamos cortar na casaca” coloca em confronto as figuras do Zé Povinho e da mulher, que, em quadras de espiritualidade mordaz, fazem uma análise contundente à situação política e social do país; “Os fora-da-lei” é uma sátira que coloca em confronto valores tradicionais e questões relacionadas com o casamento de pessoas do mesmo sexo à luz da nova lei portuguesa; a terminar, a reposição de “Isto é volta de bruxedo”, versão actualizada para esta edição do ciclo de teatro, uma farsa sobre as peripécias em torno da actividade de uma bruxa com sortilégios que não produzem os efeitos esperados.
No mesmo dia 5 de Fevereiro, também às 21.30 horas, sobe ao palco da sede do Grupo de Teatro Amador do Clube União Vilanovense “Filho Sozinho”, drama em três actos encenado por este grupo cénico e cujo enredo, da autoria de Francisco Ventura, propõe uma reflexão sobre a educação familiar, a partir da angústia de um casal com um filho único socialmente desintegrado.
É assim que começa mais uma edição do Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, seguindo-se os espectáculos das colectividades que aderiram a esta iniciativa da Câmara Municipal e que até 10 de Abril, vão animar todos os fins-de-semana. O modelo de organização é o mesmo de sempre, visando, mais uma vez, favorecer o intercâmbio e a partilha de experiências entre associações que partilham interesses e objectivos comuns ao nível das artes de palco. Nesse sentido, cada grupo de teatro realiza dois espectáculos, um na localidade onde está sedeada, outro numa das freguesias a que pertencem as restantes entidades intervenientes.
A autarquia pretende assim promover o encontro entre agentes culturais socialmente empenhados na causa comum da cultura como factor estruturante do processo de desenvolvimento das comunidades. E a avaliar pela movimentação cultural associada ao Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede ao longo dos últimos doze anos, o evento tem produzido bons resultados a esse nível. Isso mesmo se pode constatar, quer pelo número de colectividades e pessoas envolvidas quer pela evolução da produção e montagem de encenações de índole diversa, desde textos “clássicos” a peças teatrais de carácter mais popular, passando pelos musicais e revistas.
Outro aspecto que a entidade organizadora faz questão de sublinhar é o intercâmbio entre gerações, com jovens e menos jovens mobilizados para dar corpo a uma acção que contribui para a dinamização cultural das comunidades locais, com todos os benefícios que daí advêm do ponto de vista cívico e social.
À semelhança das edições anteriores, o XIII Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede conta com a participação de 14 grupos de associações de 10 freguesias, designadamente as seguintes: Associação Cultural e Desportiva do Casal (Cadima), Associação Juvenil de Zambujal e Fornos (Cadima), União Recreativa de Cadima, Rancho Regional «Os Esticadinhos de Cantanhede», Grupo de Jovens «Estrela que Brilha» (Cordinhã), Rancho Folclórico “Os Lavradores” de Cordinhã”, Grupo de Teatro Experimental «A Fonte», de Murtede (Cantanhede), C.S.P.O – Centro Social e Polivalente de Ourentã, Associação Musical de Pocariça, Centro Social de Recreio e Cultura da Sanguinheira, Clube União Vilanovense (Outil), Associação Recreativa e Cultural 1.º de Maio (Tocha), Pedra Rija de Portunhos, Fábrica da Igreja Paroquial de Cantanhede.
Para fazer face às elevadas despesas na preparação, montagem e representação das peças – cenários, som, luz, adereços, caracterização, guarda-roupa e transportes – a autarquia atribuiu a cada grupo um subsídio no valor de 700 euros. Além deste montante, a autarquia assegura ainda outras despesas, designadamente as que se prendem com a divulgação dos espectáculos e apoio logístico aos grupos.
Sobre o Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense
A origem do Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense remonta ao início do século passado, quando um conjunto de entusiastas formou um agrupamento cénico de carácter amador na localidade. Fundado em 1913, durante anos o grupo era constituído maioritariamente por homens, o que obrigava a que alguns papéis femininos fossem interpretados por elementos do sexo masculino.
A sua actividade tem sido quase contínua desde a sua fundação, tendo interrompido as representações apenas nas décadas de 1940 e 1970, mas nunca por períodos superiores a um ano. Na sua primeira década de existência, funcionou sem sede própria, apresentando as peças numa adega particular, até que, em 1926 foi inaugurada a sede do Clube União Vilanovense num imóvel que ainda hoje é a casa-mãe da colectividade.
Actualmente, são cada vez mais os jovens que se dedicam às artes cénicas e à expressão dramática. Todos são actores amadores, sendo de salientar o facto de muitos frequentarem acções de formação neste domínio, designadamente as que a Câmara Municipal de Cantanhede tem vindo a promover, sob orientação de actores profissionais.
Além da representação, o grupo assegura todas as outras vertentes dos espectáculos, desde a execução da parte musical, passando pela execução de tarefas de produção, como a montagem dos cenários, preparação dos adereços, iluminação e som, as quais estão a cargo de elementos que trabalham arduamente para que os espectáculos atinjam a melhor expressão artística possível.
Geralmente o Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense estreia no dia de Natal uma nova peça, uma preocupação que se repete também em cada edição do Ciclo de Teatro Amador no Concelho de Cantanhede, não só para despertar o interesse do público, mas também para motivar os elementos para novos desafios artísticos.
Sobre o Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva do Casal
O Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva do Casal foi fundado em 24 de Outubro de 2004, sendo constituído na altura por 16 elementos. Estreou-se em palco no dia 26 de Dezembro do mesmo ano com a realização de Festa de Natal/Teatro levando a palco variedades das quais se salienta a comédia “O cliente tem sempre razão” da autoria de Manuel Silva Barreto.
A 29 de Janeiro de 2006 levou a palco, em conjunto com outras peças, a comédia da autoria de Manuel Silva Barreto “Médico de Família” que foi também apresentada em Maio de 2008, pelos mesmos actores, na festa dos Missionários Combonianos em Coimbra.
A 17 de Março de 2007, o grupo representou, entre outras, duas peças de Teatro da autoria de Manuel Silva Barreto, o drama “Vida e Morte de Santa Iria” e a comédia de “A falar é que a gente se entende”.
No ano de 2008 foram novamente apresentadas peças cómicas da autoria de Manuel Silva Barreto, nomeadamente “O Trata Tudo”; “Encontro de Velhas Amigas” e “Vamos Cortar na Casaca”. Esta sessão de teatro teve repetição na sede da colectividade a 23 de Fevereiro, e em Alqueidão a 2 de Março do mesmo ano.
A 7 de Março de 2009 o grupo levou a palco um drama e duas peças cómicas da autoria de Manuel Silva Barreto, “Vida ou Morte – uma questão de consciência”, “Parto Complicado” e “Vamos cortar na casaca”.
No ano de 2010, o Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva do Casal levou à cena “O Polícia – Autoridade sem Autorização” e “Vamos Cortar na Casaca” de Manuel Silva Barreto e “A Estrela do Circo” de autor desconhecido, três comédias.
Todos os anos, o grupo realiza uma Festa de Natal na sua sede, apresentando leitura e por vezes encenação de poemas, histórias relacionadas com a quadra e canções natalícias, realçando o contraste do verdadeiro Natal com o consumismo actual e alguns sketches para divertir o seu público.
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