O programa das AEC – que desenvolve actividade física e desportiva, artes plásticas, inglês e música – contempla, entre segunda e sexta-feira, a exibição prévia de um vídeo e contextualização histórica desta tradição secular, seguindo-se a realização de actividades pedagógicas diversas.
O município vai oferecer ainda às cerca de oito mil crianças que frequentam as escolas básicas e jardins-de-infância do concelho uma pequena fogaça, que será distribuída na semana da festa.
De acordo com nota da autarquia, a iniciativa é «uma forma de sensibilizar e envolver as crianças na mais emblemática festividade do concelho de Santa Maria da Feira».
A fogaça é o símbolo da romaria que decorre todos os anos a 20 de Janeiro.
As «Fogaceiras» chegaram até aos nossos dias com dois traços essenciais: a realização da missa solene, com sermão, precedida da bênção das fogaças, celebrada na Igreja Matriz, e a procissão, que sai da Igreja Matriz, percorrendo algumas das principais ruas da cidade.
Na procissão as atenções recaem sobre as meninas fogaceiras, provenientes de todo o concelho, vestidas e calçadas de branco, cintadas com faixas coloridas, que levam à cabeça as fogaças do voto, coroadas de papel de prata de diferentes cores, recortado com perfis do castelo.
A festa teve origem num voto ao mártir S. Sebastião, em 1505, altura em que a região foi assolada por um surto de peste que dizimou parte da população. Em troca de protecção, o povo prometeu ao santo a oferta de um pão doce chamado fogaça.
S. Sebastião, que segundo a lenda padeceu de todos os sofrimentos aquando do seu martírio em nome da fé cristã, tornou-se, assim, o santo padroeiro do então condado da Feira.
No cumprimento do voto, os ofertantes incorporavam-se numa procissão que saía do Paço dos Condes e seguia pela Igreja do Convento do Espírito Santo (Lóios), onde eram benzidas as fogaças, divididas em fatias, posteriormente repartidas pelo povo.