Lamego, Sociedade

Falta de emprego preocupa responsáveis do Douro Sul – Lamego

    A falta de emprego e o fraco dinamismo da economia local são apontados pelos autarcas durienses como os principais obstáculos à melhoria da qualidade de vida da região. Esta preocupação foi expressa durante as Conferências do Douro Sul que a Associação de Municípios do Vale do Douro Sul organizou em Lamego, a 10 de Dezembro último. Os dados mais recentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional mostram que, neste momento, estão registados na região mais de seis mil desempregados, um crescimento de 20 por cento em relação ao ano passado.

     Confrontado com a necessidade de estancar a sangria de população, Francisco Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Lamego, identificou as causas que justificam a fraca empregabilidade no Douro: “baixa qualificação da mão-de-obra local e da população em geral, enorme dependência da viticultura, falta de iniciativa, de capacidade empresarial e de empreendedorismo”. “De que servem tantas riquezas se o Douro continua a ser um dos espaços sub-regionais do país e da Europa com menores índices de qualidade de vida?”, questiona. O autarca criticou ainda os problemas de “governança local, nomeadamente a falta de espessura institucional e massa crítica”, apelando por isso “à descentralização administrativa e à regionalização” como solução para retirar efectivas mais-valias do potencial existente no Douro.

     Em resposta, o secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, defendeu a necessidade de os parceiros da região Douro Sul se comprometerem com uma agenda que deverá incluir uma estratégia de qualificação do emprego, pedindo para isso o acordo das “escolas, autarquias, centros de formação e associações empresariais”. A concretização de um plano comum ajudará a travar a fuga de população, sobretudo jovens, em busca de melhores oportunidades nas grandes cidades.

     Durante as Conferências do Douro Sul, Francisco Lopes também responsabilizou a existência de um número excessivo de planos de ordenamento como um travão ao desenvolvimento económico e social. “Tirando os da orla costeira, temos todos”, destaca. “E para quê? Para termos de discutir com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, ao centímetro quadrado de área de construção, se uma determinada unidade hoteleira respeita o regime da Reserva Ecológica Nacional ou o Plano de Ordenamento de Albufeira, que é ainda mais restritivo”, acrescenta. Na sua opinião, o planeamento deveria ser mais flexível, integrado, estratégico e prospectivo, “capaz de responder à procura de quem quer investir”.

     Na presença de José Junqueiro, secretário de Estado da Administração Local, o autarca apontou o caminho para reverter a perda constante, na competição pelo investimento, que o Douro tem sofrido em comparação com outras zonas do país: “Precisamos de mudar, começando pelas nossas mentalidades. Precisamos de ser mais arrojados, mais empreendedores. Precisamos de incrementar a nossa capacidade de idealizar, de enfrentar novos desafios e de ver mais longe”.

     Para além de autarcas e de responsáveis de diversas instituições durienses, as Conferências do Douro Sul também contaram com a presença do economista Augusto Mateus, do engenheiro e professor universitário Luís Braga da Cruz e do Vice Presidente da CCDRN Paulo Gomes.

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