Cultura, Marinha Grande

Ministra da Cultura inaugura Bienal – Marinha Grande

“Homenagem a Fernando de Azevedo”, de José Aurélio, é o título da obra vencedora da Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design da Marinha Grande, que foi inaugurada pela Ministra da Cultura, na passada sexta-feira, 22 de Outubro, no Parque Municipal de Exposições.

A Bienal conta com organização da Câmara Municipal da Marinha Grande e o alto patrocínio do Presidente da República e da empresa Gallo Vidro SA. É co-financiado pelo Mais Centro – Programa Operacional Regional do Centro, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

O certame pode ser visitado até ao dia 31 de Outubro, com entrada gratuita, apresentando a exposição das obras concorrentes à Bienal, a instalação interactiva de Miguel Chevalier, as exposições de homenagem a Diamantino dos Santos e Artur de Cruzeiro Seixas e a 1ª Feira Internacional de Arte Contemporânea e Design Industrial.

No âmbito da geminação entre a Marinha Grande e os municípios de Fontenay-sous-Bois e San Ildefonso La Granja, está também representada a cultura dos dois territórios, devido à parceria proporcionada pelo Vereador francês Michael Tavanot e pelo Alcaide José Luís Vasquez, respectivamente.

A inauguração contou com cerca de meio milhar de pessoas, entre as quais se destacam a Ministra da Cultura, o Presidente da Câmara, o Governador Civil, o Presidente da Assembleia Municipal, Vereadores da Câmara, entre outras entidades locais e regionais, artistas e outros convidados.

Na sessão solene de inauguração, o Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Álvaro Pereira, congratulou-se com a presença da Ministra da Cultura e com o Alto Patrocínio atribuído pelo Presidente da República, defendendo que tais situações “contribuem para prestigiar este acto, bem como todo o certame”, sendo prova “do prestígio alcançado pelo certame e da importância estratégica que representa para o concelho e para a região, ao nível cultural”.

Álvaro Pereira defendeu que “a participação de um número crescente de artistas, nacionais e estrangeiros, é a prova indelével do carácter internacional do certame, alcançado ao longo dos anos. O crescendo da qualidade artística das obras apresentadas tem sido corroborado pelo reconhecido e distinto Júri que connosco colaborou e a quem agradeço”.

O Presidente agradeceu à Administração da Gallo Vidro SA, empresa que continua a patrocinar o certame e que, este ano, aumentou o valor do Prémio Pintor Fernando de Azevedo de 10 mil para 15 mil euros.

A temática escolhida para este ano – “Artes Plásticas: O Vidro e o Design Industrial” – “está associada à tradição deste concelho, que é o berço da indústria vidreira em Portugal. O nosso passado colectivo, do qual nos orgulhamos, continua a ser retratado no presente, em obras de arte que projectam o futuro”, disse.

É esse legado que “homenageamos na Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial, ao consagrar a obra do Mestre Vidreiro Marinhense Diamantino dos Santos, mais conhecido por Diamantino «Pimenta»”.

Álvaro Pereira afirmou que “as suas mãos e o vigor do seu sopro deram vida a centenas de peças que atravessaram gerações. Foram objectos que pela sua beleza e dificuldade de execução se constituíram obras únicas da arte vidreira”.

Nesta Bienal é também homenageado o artista Cruzeiro Seixas, “expoente máximo do surrealismo e um grande vulto da cultura artística nacional”, que lega ao património artístico e literário do País, “um vasto trabalho no campo do desenho, pintura, escultura e poesia”.

O Autarca admitiu que “esta Bienal, que é comissariada pelo Presidente da Câmara desde a sua primeira edição erguida pela mão do então Presidente Álvaro Órfão, decerto orgulharia o Pintor Fernando de Azevedo”.

Álvaro Pereira enalteceu todos os artistas concorrentes, seleccionados e não seleccionados, que submeteram a qualidade das suas obras ao sufrágio do conceituado Júri.

Agradeceu aos Directores Artísticos, Raquel Prates e João Murillo, e a todos os funcionários da Câmara Municipal que contribuíram para a concretização deste auspicioso evento.

A Ministra da Cultura felicitou os responsáveis pela organização e patrocinadores, “pela forma sustentada e continuada como souberam desenvolver e consolidar este projecto que já tem carácter internacional”.

Gabriela Canavilhas referiu que ser feliz e oportuna “a ideia de organizar uma Bienal de Artes Plásticas e Design Industrial num contexto local onde é particularmente singular a ideia de associação do talento criativo da indústria vidreira e a complementaridade entre a componente artística e cultural e a vertente económica”.

Continuou declarando que a “importância das bienais e eventos culturais de âmbito artístico que se realizam em regiões situadas fora dos grandes centros urbanos, é sobretudo relevante também para as populações locais, nomeadamente para o estímulo a uma cidadania mais interventiva, actuante, participativa, e crítica na construção também das grandes opções políticas e sociais que têm reflexo no nosso quotidiano”.

Para além da mais-valia económica e social, “a oportunidade de realização de eventos dessa natureza, com carácter local, regional e progressivamente internacional é relevante para a afirmação das indústrias cujo reconhecimento é ainda desigual e que são cada vez mais e com toda a propriedade veículos de expressão artística e do talento criativo dos mestres artesãos portugueses cujas técnicas e conhecimentos são parte integrante do nosso património cultural português dentro e fora de portas”, informou a Ministra.

A aposta no design industrial assim como noutras indústrias criativas, “é uma nova via para a recuperação destes saberes tão ricos e tão próprios que são parte da nossa história e da nossa identidade dotando-os de uma base tecnológica que nos permita novas vidas no mercado global”, advertiu Gabriela Canavilhas.

A propósito da homenagem da Câmara Municipal ao mestre vidreiro Diamantino dos Santos, a Ministra da Cultura reiterou que tratar-se de um “ilustre representante de uma geração de grandes criadores a quem tanto devemos – os artistas contemporâneos de hoje e em particular os cidadãos da Marinha Grande – que se revêem na arte vidreira, arte fundamental da sua identidade e criatividade”.

Os Premiados

O Júri da Bienal 2010 foi composto pela Pintora Emília Nadal, Presidente da Direcção da Sociedade Nacional de Belas Artes; Escultora Luíza Gonçalves, membro da Direcção da Cooperativa Árvore; consultor técnico vidreiro de reconhecido mérito António Noivo; João Prates, Director do Centro Português de Serigrafia e Miguel Matos, Curador e Crítico de Arte, Director da Publicação Umbigo.

O Júri deliberou atribuir por unanimidade o “Prémio da Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial da Marinha Grande – Prémio Pintor Fernando de Azevedo”, no valor indivisível de 15 mil euros, à obra: “Homenagem a Fernando de Azevedo” da autoria de José Aurélio, “pela sua obra de grande rigor estrutural e complexidade espacial na qual o vidro se afirma como material plástico de evidente valor simbólico e metafórico”.

O Júri, tomando em consideração o conjunto das obras em concurso, propôs à  organização a atribuição de uma Menção Especial do Júri, à obra “O Pórtico”, da autoria de Fernando Esperança, pela excelência técnica e dimensão poética da obra.

Foram ainda distinguidas seis Menções Honrosas:

“Diamante” da autoria de Alberto Vieira; “Reflecti(r)” da autoria de Cristina Ataíde; “Touch of Glass” da autoria de Bárbara Walraven; “Trajectória no Percurso do Imaginário e Sub consciente da Corrente Marítima 001” da autoria de Teresa Almeida; “Espera” da autoria de Ana Rocha de Sousa e “Sopro” da autoria de Carlos Farinha.

Vencedor do Prémio Pintor Fernando a José  Aurélio

Nasceu em Alcobaça em 1938. Curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Participou em numerosas exposições colectivas desde 1958. Vem desenvolvendo novas formas de expressão no campo da Medalhística desde 1966. Entre 1969 e 1974 concebeu, construiu e orientou a Galeria Ogiva em Óbidos. Em 1978 foi Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em 1984 participou como convidado no workshop “Ressurgent Art Medal” na Universidade de Pensilvania USA e em 1987 no Congresso da British Art Medal Society, em Inglaterra. No mesmo ano, promoveu com o escultor David Reid cursos de novas tecnologias de fundição em cera perdida na ESBAL e na Casa da Moeda. Entre 1997 e 1999 realizou o projecto plástico do elevador da Boca do Vento em Almada.

Viveu e trabalhou em Alcobaça desde 1980. Representado em colecções e museus de Portugal, Brasil, França, Holanda USA, Japão e Inglaterra. Realizou numerosas obras públicas das quais se destacam: Monumento ao General Humberto Delgado na Cela Velha, Cruz de Cristo na Embaixada de Portugal em Brasilia, Padrão do 8º Centenário da Abadia de Cister em Alcobaça, Escultura da Carris em Miraflores, Gárgulas da Torre do Tombo em Lisboa, Elementos Escultóricos do Nó da Feira, “Retrato de Camões” na Assembleia da República, Escultura de 7 Rios em Lisboa, Escultura do Parque da Paz em Almada, Retrato de D. João V na Coudelaria de Alter, Monumento aos Pioneiros da Aviação em Alfragide, Presépio do Santuário de Fátima, Monumento ao 25 de Abril em S. Paulo, “Resistência” em Setúbal e a “Espiral do Tempo” em Almada. Em 2007, fundou em Alcobaça, o “Armazém das Artes – Fundação Cultural”, destinada a promover a cultura e a cidadania.

HORÁRIO

A Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial estará aberta ao público de segunda a quinta-feira, das 10h00 às 20h00; e de sexta-feira a domingo, das 14h00 às 23h00. A entrada é livre.

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