A reconversão da paisagem urbana, tendo por base a região do Ave e o programa de reconversão da Fábrica do Teles (local onde decorreu a iniciativa), foi o ponto de partida para uma tarde de actividades e debates em Santo Tirso.
“Aceitei este convite com grande satisfação como forma de reconhecimento do excelente trabalho que tem sido feito em Santo Tirso no que toca às cidades”, adiantou João Ferrão, geógrafo e antigo responsável pela secretaria de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, presente no evento. Esta acção surgiu integrada na PRU (Parceria para a Regeneração Urbana) – Revitalização e Qualificação das Margens do Ave na Cidade de Santo Tirso.
O tema foi a Reconversão da Paisagem Urbana e o público presente foi convidado a assistir a “Ruínas”, um documentário da autoria de Manuel Mozos. “Fico muito satisfeito por ver que há espaços que podem ganhar uma nova vida”, rematou o cineasta.
A projecção deste documentário deu origem a uma troca de ideias e a um debate que contou com a participação de Manuel Mozos, João Ferrão e Luís Carvalho (economista), moderado por Elisa Babo.
Luís Carvalho salientou a “acessibilidade favorável do centro da cidade” como factor de atracção para o desenvolvimento deste projecto em Santo Tirso, assim como a questão das infra-estruturas, uma vez que “faz o interface entre o urbano e o rural”.
Esta iniciativa foi apenas o início de muitas outras que acompanharão todo o processo de reconversão deste edificado. A Fábrica do Teles, transformada em “estaleiro”, será cenário de intervenções artísticas, oficinas, debates e outros eventos capazes de atrair o público para um espaço que partindo da memória e de uma identidade, se quer renovado.
Elisa Babo começou por tecer “um elogio à Câmara Municipal de Santo Tirso” por considerar que este género de evento e iniciativa “tem todo o interesse e permite evidenciar toda a reabilitação do espaço que a autarquia tem vindo a desenvolver”. “Estes eventos que associam várias áreas de actividade são muito ricos e sugestivos”, defendeu Elisa Babo. João Ferrão destacou a iniciativa da Câmara Municipal como “notável” e aplicou a expressão “ousadia de esperança”, defendo que “temos que ousar ser diferentes e criativos”.
A iniciativa, que decorreu ao final da tarde de ontem (quarta-feira, dia 29 de Setembro), arrancou com a inauguração de uma intervenção artística. Personagem à Janela foi o tema desta intervenção da responsabilidade da GESTO, Cooperativa Cultural que, juntamente com a Câmara Municipal de Santo Tirso, promoveu uma intervenção pictórica em 12 painéis de viróc, trabalhos realizados por 12 criadores convidados que, pelas suas vivências e experiências pessoais, retrataram as suas visões artísticas. Alcina Manuela Carneiro, Ana Marques da Cruz, Ana Borges, Ana Torrie, Butcheca, Inês Azevedo, Filipa Areias, Jana Garbayo, Joana Mateus, José Paiva, Mónica Faria e Rita Rainho foram os artistas convidados.
Esta acção está integrada na PRU (Parceria para a Regeneração Urbana) – Revitalização e Qualificação das Margens do Ave na Cidade de Santo Tirso (PRU-Margens do Ave). Esta parceria vai revolucionar o conceito de viver o Rio Ave e revitalizar toda uma região que após a crise que atravessou o sector têxtil foi abandonada durante anos. A Câmara Municipal desenvolveu um projecto inovador – uma parceria entre diversas instituições – que uniu várias entidades em torno de um objectivo comum: a Regeneração Urbana da Margens do Ave. O Rio Ave foi durante muitos anos associado à ideia de poluição, mas hoje, a realidade é bem diferente: o rio está despoluído e foram encontradas novas soluções para a região do Ave.
O Vale do Ave em geral e Santo Tirso em particular têm muito para oferecer. A Câmara Municipal é a âncora da Parceria para a Regeneração Urbana e esta parceria – que reúne a Direcção Regional da Educação do Norte – Escola Profissional Agrícola Conde S. Bento, Café do Rio, Fundação Santo Thyrso e a Associação Recreativa da Torre – vai mudar o rosto de toda a zona ribeirinha. O rio está de volta à cidade.
10 milhões de euros para revolucionar o conceito de viver em Santo Tirso
A união das entidades num Parceria tornou possível uma intervenção de 10 milhões de euros, em 251 ha ao longo de 3,5 km de frente ribeirinha, abrangendo oito freguesias: Santo Tirso, Santa Cristina do Couto, São Miguel do Couto, Burgães, Sequeirô, Lama, Areias e Palmeira. A intervenção a que a frente ribeirinha vai ser sujeita, durante estes três anos de execução do projecto, será transversal no tipo de obras a realizar, no tipo de destinatários das mesmas e terá como factor inovador o facto de à intervenção física ser acrescentada a vertente imaterial e muitas vezes esquecida, mas fundamental para que o investimento realizado seja vivido pela população: a ANIMAÇÃO, O VIVER DO RIO. Está já definido um programa cultural e recreativo e de grande qualidade, com uma forte vertente lúdico-desportiva. Uma das obras mais emblemáticas deste projecto chama-se Percurso Pedonal das Margens do Ave, empreitada que já foi adjudicada pela Câmara Municipal de Santo Tirso pelo preço de 4, 5 milhões de euros e cuja construção deve arrancar no final do mês de Outubro.
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