O termo caixa-negra está associado a aviões, aos registos de dados e de voz e à segurança. O Mould Jini foi criado para os moldes, mas o sistema é em tudo semelhante. Encontra-se em fase de testes finais, no Centimfe (Centro Tecnológico para a Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais) na Marinha Grande. É esta a entidade responsável pela validação dos produtos desenvolvidos dentro do projecto: a caixa e a plataforma informática colaborativa que se acede online. No entanto, o projecto engloba também o estudo e estabelecimento e optimização do modelo de negócio associado.
A cada ferramenta (molde) produzida passará a corresponder uma caixa, equipamento, inviolável, à qual só o detentor dos códigos pode ter acesso. É ligada a uma plataforma informática online e, através desta, a empresa que produziu o molde em causa sabe, a cada momento, o que se passa com a ferramenta. Trata-se de uma solução superior, adaptada às necessidades do utilizador e totalmente inovadora.
O sistema mould jini coloca o criador, proprietário ou produtor de peças plásticas em condições de manter um registo com todos os dados relevantes para a produção. A visão é dada online (durante a produção) ou em paragens (manutenção, por exemplo). A ligação permanente com o molde cria um registo de dados manipuláveis no mould jini. A escala dos dados armazenados depende do tipo e do número de sensores, instalados no molde ou ferramenta produtiva.
Além do registro de tempos de ciclo, a supervisão dos intervalos de manutenção e os respectivos protocolos o mould jini também oferece a possibilidade de análise estatística, que permite a comparação, por exemplo, da pressão interna do molde e os diagramas de forças com a curva de referência armazenada.
O molde pode ter sido vendido para qualquer parte do mundo que o produtor se mantém na posse de todas as condições para monitorizar o seu funcionamento as 24 horas do dia. “Dá a garantia de que o molde funciona como previsto”, reforça Nuno Fidélis, o engenheiro do Centimfe que controla o projecto em Portugal.
A leitura e interpretação dos dados que a Mould Jini vai fornecendo no ecrã de computador facultam a capacidade de fazer uma avaliação proactiva. Assim, em vez de uma máquina ficar, dias ou mesmo semanas, parada para reparar um molde que se estraga, umas horas de paragem podem ser suficientes para resolver o problema detectado. “Podemos evitar avarias que, por vezes levam semanas a reparar”, precisa Nuno Fidélis. E desafia:”Imagine-se o que isso significa numa máquina que produz mais de dois milhões de unidades por dia”.
Caixa-negra, plataforma informática e o modelo de negócio são as vertentes deste projecto europeu desenvolvido por um consórcio que reúne os gigantes do sector em toda a Europa. Uma parceria que inclui empresas, universidades, e centros tecnológicos dos moldes e plásticos.
Com a duração de 36 meses, o projecto de investigação e desenvolvimento é coordenado pela universidade alemã, WZL de RWTH Aachen, e tem um orçamento de 4,1 milhões de euros. O consórcio suporta o custo de 1,2 milhões de euros e a União Europeia financia os restantes 2,9 milhões.
Para lá da novidade, o projecto renova a definição do papel que representam os produtores de moldes. Sobem na cadeia de valor do produto porque passam a ser também prestadores de serviços integrados e podem evoluir para as redes de negócio globais. Trabalham com mais garantias e as empresas europeias diferenciam-se nos mercados concorrentes pela qualidade e pela inovação.
A novidade está a ser apresentada, no decorrer da Semana de Moldes 2010, a todos os interessados. A caixa está a ser sujeita aos últimos testes, quer no Centimfe, onde se encontra uma unidade quer numa empresa austríaca do consórcio.
O projecto tem a duração de três anos. Começou em 2008 e termina em 2011. O produto industrial, caixa, está a entrar na fase de produção.
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