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Instrumentos musicais chineses em exposição no Posto de Turismo – P. Varzim

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De 11 a 31 de Outubro, o Posto de Turismo recebe uma exposição de “Instrumentos Musicais Chineses”. Fruto de uma colaboração com a Embaixada da China, esta mostra evidencia a diferença entre a música ocidental e oriental.
A origem da música tradicional chinesa encaixa-se num quadro filosófico-teológico próprio e desempenha nesse contexto um papel central. Diferenciando-se nitidamente da música ocidental, dá uma clara ênfase às modelações mais ou menos longas, às variações de andamentos, de tempos, e acentuação, que lhe conferem características muito próprias, sendo-lhe também atribuído um valor místico. A sua perfeição não deriva tanto do decorrer dos sons, mas depende mais da correcta articulação e inflexão de cada nota musical, elementos que determinam a sua capacidade de transformar os seres e de mudar o curso dos acontecimentos. Neste quadro mental, a música não existe por si só, conjuntamente com a poesia e a dança forma uma trindade indissociável. Com raízes milenares, as primeiras reflexões sobre a música são atribuídas ao filósofo Confúcio (551-479 a.C.) que teorizou o seu papel na harmonia entre o Céu, os Homens e a Terra. Como fonte de poder foi naturalmente considerada um assunto de Estado. Sob a tutela dos imperadores a sua utilização em cerimónias oficiais e militares foi meticulosamente regulamentada. Neste contexto, cabia à música a vertente celestial, desempenhando um papel unificador, enquanto os rituais reflectiam os aspectos terrenos, marcando a diferença e infundindo o respeito mútuo. Para melhor compreender o poder daí resultante vejamos o que o próprio Confúcio escreveu: “Se a música predomina, a ordem social tende a tornar-se relaxada, se os ritos predominam as relações sociais são demasiado frias. Os efeitos combinados dos dois produzem o equilíbrio entre os sentimentos do povo e o seu comportamento”. Paralelamente a este vertente ritual e apesar de Confúcio não aprovar a utilização da música para efeitos lúdicos, a vertente folclórica desenvolveu-se ao longo dos séculos, fora e dentro da corte imperial. A evolução natural e o intercâmbio cultural resultante das relações económicas com o exterior ditaram o surgimento de novos tipos de músicas e de instrumentos. Entre os muitos géneros existentes, um dos mais divulgados é a chamada “Ópera Chinesa” que remonta aos séculos XIII e XIV e onde, também aqui, se combinam a música, o canto e a dança como elementos centrais da representação dramática.Tradicionalmente os chineses classificam os instrumentos musicais com base nos materiais que os constituem, considerando-se assim oito tipos: Jin – ouro/metais; Shi – pedra Si – corda; Zhu – bambu; Pao – cabaça; Tu – terra/barro; Ge – couro; Um – madeira.

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