O cantador ao desafio Valdemar Alves da Silva é homenageado este sábado, dia 25 de Setembro, pela Câmara de Oliveira de Azeméis, no cine-teatro Caracas, pelas 21h00, no decorrer do «Encontro de Cantares ao desafio».
Aos 76 anos de idade, o cantador natural da freguesia de S. Roque, é distinguido, na categoria de um dos melhores cantadores de improviso da região Norte.
Reconhecido como o «rei», pelas suas qualidades técnicas e pelo dom do improviso, Valdemar Silva, com 50 anos de carreira, apresenta um repertório vasto com temas ligados ao amor, desamor, história e religião.
«Tenho preferência por temáticas que abordam assuntos bíblicos onde se proclama a religião uma vez que acredito numa força divina que me comanda», afirma.
As cantigas que improvisa espelham as obras que estudou e que ainda hoje guarda com afinco nas prateleiras da estante que exibe na sala juntamente com as fotografias dos palcos que pisou. Sobre os temas que canta diz que «a inspiração vem dos livros».
Valdemar Alves da Silva, pai de cinco filhos, nasceu a 15 de Agosto de 1934.
Na escola foi bom aluno na leitura, apresentando uma caligrafia cuidada. Aos dez anos vai trabalhar para a fábrica de lápis em S. João da Madeira e aos 18 aprende a arte de sapateiro.
Valdemar Silva possui uma voz invulgar. «Nunca tive vícios e por isso não fumava nem bebia, o que ajudava a que não me faltasse a voz nos espectáculos». O chá de casca de cebola que a esposa lhe preparava era outro truque que usava para a garganta.
Filho de cantador, Valdemar Silva subiu ao palco pela primeira vez aos 26 anos e desde então nunca mais parou. Actuou em todo o país. A nível local foram muitas as actuações em Oliveira de Azeméis, Arouca, Vale de Cambra, S. João da Madeira e Santa Maria da Feira.
«Corri o país e só não aceitei viajar pelo mundo porque a fobia de andar de avião me impedia», diz.
Para Valdemar Silva «muita coisa mudou» e, apesar dos espectáculos estarem hoje cheios de adeptos de cantigas, «já não existem bons cantadores de improviso como antigamente».
No panorama nacional destaca nomes como Casanova, Teixeira, Joaquim Grilo e Maria Rocha enquanto «cantadores ilustres na sua arte».
Os colegas e o público vêem-no como o «rei» dos cantadores, a forma como gostaria de um dia ser recordado embora se considere «igual aos outros» ainda que possua o dom de cantar com que nasceu.
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