O 1º Dia Nacional do Avieiro realiza-se a 25 de Setembro (sábado), em Vieira de Leiria. O objectivo é promover e preservar a identidade colectiva da freguesia e reunir o maior número possível de famílias avieiras, num reencontro de regresso às origens.
A iniciativa é promovida pela Junta de Freguesia de Vieira de Leiria, com o apoio da Câmara Municipal da Marinha Grande e do Gabinete da Cultura Avieira do Instituto Politécnico de Santarém.
Este 1º Encontro vai reunir famílias avieiras de várias comunidades do País, tais como: Alcácer do Sal, Aldeia do Peixe (Benavente), Alfange (Santarém), Azinhaga, Barquinha, Barreira da Bica (Vale de Figueira), Caneiras (Santarém), Chamusca, Constância, Escaroupim (Salvaterra de Magos), Esteiro da Nogueira (Vila Franca de Xira), Faias e Cucos (Benfica do Ribatejo), Lezirão (Azambuja), Mouriscas, Palhota / Valada (Cartaxo), Patacão – (Alpiarça), Póvoa de Santa Iria, Reguengo do Alviela (Santarém), Tancos e Tramagal.
O programa do 1º Dia Nacional do Avieiro é o seguinte:
25 de Setembro de 2010
10h00
Sessão de Boas Vindas (Auditório da Junta de Freguesia de Vieira de Leiria)
11h00
Encontro junto ao Turismo da Praia da Vieira.
Visita à Capela e ao Monumento ao Pescador
Passeio pela Marginal e Praia Velha
Exposição Etnográfica e Fotográfica (Mercado Praia da Vieira)
12h30
Sardinhada e Caldo Verde (Mercado da Praia da Vieira)
15h00
Actuação do Grupo “ Reviver o passado” e do Rancho Folclórico “Peixeiras da Vieira” (Largo do Mercado da Praia da Vieira)
Pescadores do rio
Com o alvor do século XX, Vieira de Leiria viu-se tornar protagonista de uma das mais singulares migrações internas que Portugal conheceu — a dos “Avieiros”. O agravamento das condições de vida dos pescadores, aos quais a praia da vila nada mais tinha para oferecer para além de um inverno rigoroso e muita fome, criou um grande fluxo migratório em direcção ao Tejo e ao Sado.
Grandes comunidades de pescadores afluíram da Praia da Vieira e foram-se estabelecendo junto das vilas ribeirinhas de ambos os rios, encaminhando-se depois para o tráfego comercial fluvial e terrestre.
As maiores movimentações terão ocorrido entre 1919 e 1939. Durante décadas esta gente dividiu a sua vida entre o verão em Vieira e o inverno no Tejo, entre a arte xávega da sardinha e a arte varina do sável. Mas chegou o dia em que deixaram de regressar durante o Verão. E para sempre ficaram ligados à história do Tejo, os homens da Vieira, os Avieiros.
Os movimentos migratórios Avieiros sabe-se hoje que se terão iniciado em meados do século XIX, tendo feito parte, já no decurso do século XX de um fenómeno nacional intersectado num outro mais vasto, de dimensão continental.
Estas migrações são movimentos humanos da maior importância cultural, histórica e económica, podendo ser encaradas como um acontecimento social de relevo, mesmo à escala europeia, pese embora o facto de ser esta uma cultura circunscrita a um conjunto alargado de famílias de pescadores que se fixaram no Tejo e no Sado para ganhar a vida, fugindo do mar de Vieira de Leiria e procurando nos rios as condições de sobrevivência que a natureza lhes negara no mar.
A importância é confirmada se nos ativermos aos aspectos particulares da sua forma de vida e se verificarmos que, pela sua capacidade de adaptação, edificaram um património único se tivermos em conta as suas casas palafíticas, dentre outras demonstrações de afirmação cultural.
Este é um acontecimento transversal à sociedade, porque implica com outras culturas, com a precariedade da pesca e com a afirmação de uma identidade comunitária, que soube comportar outras variáveis como a adaptação a outras actividades económicas, ao fim de um longo período de actividade única.
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