Agora que termina o período de Verão e se verifica uma diminuição acentuada das temperaturas, é chegado o momento de realizar uma avaliação do combate aos incêndios florestais.
As condições meteorológicas consubstanciadas em altas temperaturas, humidades relativas muito baixas, bem como ventos instáveis predominantemente de leste, deram origem a mais um ano onde se verificou a simultaneidade e concentração de incêndios florestais.
A prolongada permanência destas condições meteorológicas adversas, conjugadas em algumas das áreas com um coberto vegetal altamente inflamável e ainda uma topografia em que dominam declives acentuados, poderiam contribuir fortemente para cenários catastróficos.
Contudo, entre Janeiro e Agosto do corrente ano, registaram-se 275 ocorrências, correspondendo a um total de área ardida de 240,82 hectares.
Em comunicação na última Reunião de Câmara, o Vereador Amadeu Portilha afirmou ter sido este um dos anos em que Guimarães foi menos fustigado pelas chamas em terrenos florestais, quando comparado com períodos homólogos nos anos anteriores, principalmente conhecidos os dados ao nível Distrital e Nacional, e tendo em conta as elevadas temperaturas registadas no período de Julho e Agosto.
Como se verifica pelos dados estatísticos, em 2009 registaram-se 295 ocorrências, correspondendo a 348,38 hectares de área ardida, de Janeiro a Agosto, significando por isso que em 2010 existiu uma redução de quase 100 hectares de área consumida pelo fogo.
Se compararmos o período homólogo, o ano de 2005, muito semelhante ao nível das condições atmosféricas, verificamos a existência de menos 422 ocorrências e menos 492 hectares de área ardida.
Para o Vereador Amadeu Portilha, o sucesso deveu-se, sem dúvida, à pronta e eficaz intervenção das corporações de Bombeiros das Taipas e de Guimarães, apoiadas muitas vezes por corporações vizinhas, num trabalho que merece os mais rasgados elogios.
Por outro lado, verificou-se também uma melhoria acentuada ao nível da prevenção, já que uma das principais razões de ocorrência de incêndios é a falta de limpeza de terrenos, tarefa dificultada, muitas vezes, pela impossibilidade de identificação dos seus proprietários e a sua notificação.
Nesse sentido, e com o intuito de efectivar um Plano de Prevenção de combate a incêndios no período crítico, foi celebrado um protocolo com a maior parte das Juntas de Freguesia do Concelho para que colaborassem na identificação e notificação dos proprietários de terrenos e fossem comunicados à Câmara esses dados essenciais para as devidas notificações. Muitas dessas Juntas de Freguesia assumiram esta tarefa com grande entusiasmo e contribuíram decisivamente para a limpeza desses terrenos.
Por outro lado, dos 134 pedidos de intervenção que chegaram à Câmara Municipal de Guimarães em 2010, e até à data, 46 resultaram na limpeza de terrenos, 20 foram reencaminhados para contra-ordenações e 68 processos continuam pendentes.
Contudo, é intenção desta edilidade que se continue a efectuar o excelente trabalho que se tem feito a este nível, esperando que nos anos que se sucedam, os proprietários desses terrenos já conheçam e cumpram as suas obrigações legais sem que seja necessário recorrer à sua notificação.
Releve-se, finalmente, o sucesso do Programa de Voluntariado Jovem para as Florestas, da iniciativa do IPJ e ao qual a Câmara Municipal aderiu. Nos meses de Julho e Agosto, nos postos de vigia da Montanha da Penha, os 16 Jovens Vigilantes recrutados procederam à detecção de 76 fogos florestais, contribuindo decisivamente para a intervenção posterior dos Bombeiros ao seu combate, a maior parte das vezes, logo na fase inicial da ignição, logo, com maiores probabilidades de sucesso.