De 6 de Agosto (próxima sexta-feira) a 26 de Setembro, estará patente ao público no Museu Municipal Abade Pedrosa, em Santo Tirso, a exposição de pintura “FINAL- MENTE”, da autoria dos alunos finalistas da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
A mostra integrará os melhores trabalhos realizados durante o último ano de curso (2019/2010) por 12 promissores artistas na área da pintura. Fernando Pinto Coelho, reconhecido docente da cadeira de Projecto – Pintura de Belas Artes, resumiu desta forma cada uma das intervenções destes novos artistas:
Ana Trabulo, com um registo autobiográfico de coleccionismo intimista e obsessivo.
Carlos Mensil, desafiando a ilusão das manchas, manipula-nos a ponto de não sabermos o que é o suporte e o que é o representado.
Ferreira de Almeida, num compromisso de sobrepor camada em cima de camada, procura a experiência viva da surpresa em contraste com a contemplação em quietude de um objecto final, depósito de múltiplas memórias de cor.
Isabel Ferrão, também sobrepõe camadas, mas deixa-nos privar e contemplar as histórias surgidas nos diversos derrames da tinta.
Luís Pereira, como alquimista que esquece o seu ofício, fixa-se no encanto plástico dos fluidos coloridos que tira do crisol e distribui pelos diversos suportes, esfregando, arrastando, pingando.
Luís Rocha, obcecado pela figura de um corpo e o prazer de figurar, a ponto de a cada toque de tinta na tela deixar a mancha ficar.
Luísa G. Costa, arriscando a música, com partituras de tinta dá-nos bandas vibrantes de cor.
Maria Loureiro, tendo o azul como fundo, quer oferecer-nos o desvario fugaz do devaneio figurado da viagem.
Rita Pinto, com excessos de matéria que ultrapassam e desconstroem os corpos, oferece-nos, por antinomia, a angústia dos desertos, o vazio.
Tiago Doliveira, com o pé na tábua e o resto do mundo que se descola a todo o momento e se espalha num mar de impressões.
Vânia Coelho, mudando de escala cresce desconstruindo um mundo de rigor, transformando um detalhe numa paisagem.
Vera Nogueira, corroendo a matéria, construiu mundos, mapas, continentes, ilhas.
Para quê pintar?
Para quê colocar tinta numa superfície?
Para a tapar, proteger, isolar?
Para lhe alterar a cor, mostrar outra realidade, contar ou sugerir um conto?
Talvez para nos interpelar com estas questões, num tempo onde tudo parece já ter sido feito com a pintura, um grupo de alunos do último ano de Belas Artes arriscam usar esse caminho, como meio de expressão, e levar-nos pelos seus sonhos.
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