A Galp Energia terminou os trabalhos de requalificação do Terminal Petroleiro de Leixões (TPL), algumas semanas antes da data inicialmente prevista para a conclusão do projecto, cujo investimento total atinge os 50 milhões de euros, centrados nas vertentes da fiabilidade, da segurança e do ambiente. Iniciados em 2005, os trabalhos envolveram a substituição dos braços de carga dos três postos do terminal, que absorveram a maior fatia do investimento, bem como a de todas as tubagens, rede eléctrica e sistema de combate a incêndios.
Em concreto, os trabalhos compreenderam:
- Substituição e adequação do sistema de combate a incêndios: canhões de água/espuma dos postos, dotando-os de comando remoto; substituição das bombas de água, adequando-as em número e caudal às necessidades; substituição do reservatório hidropressor da rede de água do sistema de incêndios (SI); construção de uma nova rede para os postos e área de tanques com reservatórios dedicados de espuma; substituição da rede de água do SI cobrindo toda a área do terminal e com ligação à rede da refinaria; construção de uma rede de refrigeração e abafamento das tubagens na galeria de chegada das tubagens; instalação de um novo sistema informático (Controlador Lógico Programável) para gestão dos sistemas de segurança do terminal e de um sistema de controlo da pressão da rede; automatização do arranque sequencial das bombas de água do SI e instalação dos meios de primeira intervenção.
- Adequação da rede eléctrica: substituição dos transformadores, instalando do tipo secos, adequados aos novos consumos e à reformulação da rede; reorganização dos postos de transformação e salas de quadros; instalação de um gerador de emergência; substituição de um dos cabos de 15kV, dos cabos de alimentação de bombas e dos postos de atracação; melhoria do encaminhamento e reformulação da rede de iluminação e da rede de terras e pára-raios; e reforço da traçagem eléctrica das tubagens de produtos, permitindo desactivar as caldeiras de produção de vapor.
- Inspecção e substituição de tubagens: as tubagens de transporte de produtos foram objecto de um programa de inspecção e estão a ser objecto de substituição quase integral, com a preocupação de adequar à realidade actual, removendo equipamentos obsoletos, permitindo o rearranjo nas esteiras de tubagens, com a eliminação de fugas e o impacto negativo sobre o meio ambiente.
Os novos braços de carga estão dotados dos mais modernos sistemas de movimentação e acoplamento, de alarmes de posição e deslocamento e de sistema de desligamento rápido. As principais vantagens são as seguintes:
- Criação de um sistema de corte geral de emergência (emergency shut down – ESD),
- Instalação do sistema de desligamento rápido (emergency release system – ERS) dos novos braços do sistema para impedir a rotura dos braços pela movimentação dos navios,
- Minimização da quantidade de produto a drenar e a circular por tanques atmosféricos, criando um sistema de reinjecção para recuperação de produtos.
- Redução do número de braços a instalar melhorando o tipo de válvulas a usar na segregação de circuitos e produtos,
- Recuperação da plataforma dos postos, criando novas inclinações para encaminhamento segregado de águas pluviais e águas potencialmente contaminadas ou oleosas através de separadores,
- Instalação de um sistema de controlo distribuído, centralizando e disponibilizando a informação relevante e espoletando informação de aviso e alarme para o operador.
- Instalação de separador de oleosos nos postos e de uma fossa séptica na área da messe.
Para além de tudo isto, irá proceder-se agora à substituição de um dos tanques de armazenagem do terminal, um processo que deverá ficar concluído durante o próximo ano. Ficarão assim concluídos os trabalhos de requalificação do TPL iniciados em 2005, quando teve início a substituição das tubagens do porto.
O Terminal Petroleiro de Leixões:
O Terminal Petroleiro de Leixões foi construído em 1966 numa parceria entre a Administração do Porto de Leixões (APDL) e a Sacor, tendo a primeira ficado responsável pelo alteamento do quebra-mar e pelas obras marítimas de acostagem de navios, enquanto à Sacor coube a construção das instalações de movimentação do produto. Em 1990 foi assinado o primeiro contrato de concessão, tendo a concessão sido renovada em 2006, por um período de 25 anos, prevendo-se revisões periódicas.
Olhando para as quantidades de produto movimentadas através do TPL, verifica-se que estas têm sido relativamente estáveis ao longo da última década. Notam-se bem nos gráficos os ciclos de manutenção e a crise no mercado, com efeitos mais notórios ao nível da movimentação de produtos petrolíferos a partir de 2009. Em termos médios, cabe à Refinaria de Matosinhos da Petrogal a movimentação de cerca de 6,5 milhões de toneladas por ano, correspondendo aos restantes clientes do terminal aproximadamente 1,4 milhões de toneladas, conforme se pode verificar no gráfico abaixo.
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