Nos dias 10 e 11 de Julho, Lamego, cidade de pergaminhos e vultos históricos, celebra o seu maior contributo para a História de Portugal: as Cortes de Lamego.
Após a chegada dos monges de Cister, a S. João de Tarouca em 1138 e da vitória da Batalha de Ourique, em 1139, D. Afonso Henriques torna-se Rei de Portugal, quebrando definitivamente o domínio de Castela e Leão. A sua auto-proclamação, ousada e desafiadora, abre caminho à realização das secretas Cortes de Lamego, em 1141 e para a assinatura do Tratado de Zamora dois anos depois. Feitos que conduzem à independência do Condado Portucalense.
A magia da recriação histórica dos dias agitados do então frágil Condado de Portugal e da sigilosa reunião na Igreja de Santa Maria de Almacave é agora vivida ao pormenor no bairro típico do Castelo, lugar onde existiu o castro que deu origem à cidade. Nas praças em volta e perto da sua Cisterna, cavaleiros, mendigos, damas, almocreves e saltimbancos não faltarão no sábado e domingo para animar a cidade e seus visitantes.
Nesses dias de folia, as suas ruelas estreitas – outrora caminhos de mouros, cavaleiros cristãos e mouras encantadas – enchem-se de tabernas; nelas disputam-se torneios de armas, surgem os encantadores de serpentes e as dançarinas do ventre; travam-se lutas com o inimigo castelhano e compra-se, vende-se e trocava-se tudo nas barraquinhas de produtos tradicionais de inspiração medieval. Peças de barro tosco, pergaminhos, chás, ervas medicinais, produtos hortícolas e todo um mundo de cheiros, cores e sabores que povoam o imaginário colectivo e nos remetem para os dias conturbados da Fundação da Nacionalidade.
A autarquia de Lamego – cidade berço da nação e referência histórica nacional repleta de património, arte, cultura e de memórias épicas – convida todos para a grande festa da Cortes de Lamego, passados que estão 869 anos sobre a sua realização.