Após a realização de obras de requalificação paisagística, o Município de Reguengos de Monsaraz colocou ao dispor da população o Largo do Castelo. Os trabalhos executados neste espaço situado na zona mais antiga de Reguengos de Monsaraz integraram ainda o alargamento do beco de carácter pedonal que fica junto ao largo e que terá trânsito automóvel em sentido único.
No local agora designado Largo do Castelo existem rochas que antes da intervenção da autarquia estavam tapadas por uma casa. Após a demolição da habitação outrora construída sobre os imponentes afloramentos rochosos, estes voltaram a marcar de forma singular o espaço e a envolvente. De forma a preservar a memória colectiva e proporcionar um novo espaço verde no centro da cidade, valorizando-se a zona em termos ambientais, foi decidido manter as rochas e criar duas zonas de estadia, uma mais exposta e de contemplação da envolvente, e outra mais reservada e pensada para o convívio entre vizinhos.
Esta zona de Reguengos de Monsaraz era conhecida como Largo do Castelo pelos mais antigos enquanto referência da localização da roda dos enjeitados (local onde os bebés indesejados eram depositados).
José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz afirma que o Largo do Castelo “é uma zona com uma importância social acrescida, não só pela proximidade ao centro e que por isso tem um trânsito pedonal constante, mas também pelos hábitos de vizinhança criados e ainda mantidos nestas zonas mais antigas, nomeadamente a troca de conversas à porta nas noites de Verão”. O autarca refere ainda que “o desafio ao intervir no Largo do Castelo foi, para além de garantir a preservação da memória colectiva, oferecer um novo espaço verde no centro da cidade com respeito pelos elementos estruturantes naturais”.
De forma a justificar e interpretar a intervenção no Largo do Castelo, o Município de Reguengos de Monsaraz solicitou ao poeta Manuel Sérgio, que reside numa habitação confinante a este largo, que compusesse algo que traduzisse a história deste lugar. O poema que resultou do pedido da autarquia está inscrito no largo.
PEDRAS
Segmentos de pedra em novelo
Pela superfície da memória
Testemunhas jazidas em castelo
Pelas páginas graníticas da história
Pedras pela toponímia da altura
Do maciço abasaltado
Sólido rochedo que segura
A alma…de reguengos povoado
Pedras uma a uma sois a base
De tudo quanto ou quase
Nos mostra a criação
Que a douta natureza
Na sua enorme grandeza
Podia…ter-vos dado coração
Manuel Sérgio
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