O Isvouga apresentou, recentemente, o trabalho de investigação da sua docente Maria de Lurdes Torres, intitulado «Identidade e Dinâmica Socioeconómica da Sub-região Entre Douro e Vouga».
Este trabalho foi realizado no âmbito da U3I’s,a Unidade de Investigação e Internacionalização do Instituto Superior do Entre Douro e Vouga e é uma radiografia da região, em termos sociais e económicos. A demografia, o capital humano, o emprego e actividade económica são temas em destaque.
As conclusões destacam as «assimetrias», em termos de desenvolvimento, ainda verificadas entre Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis, por um lado, e Arouca e Vale de Cambra, por outro.
Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis têm revelado uma maior dinâmica quer em termos demográficos, quer nos indicadores relacionados com o «bem-estar material».
O agravamento do desemprego não é surpresa, mas assinale-se que o trabalho sublinha que esta realidade «não terá unicamente a ver com razões de ordem conjuntural, consequência da actual crise económica, mas também com aspectos estruturantes, com especial destaque para a insuficiência de sectores emergentes, designadamente de base tecnológica, que não permite compensar a redução de emprego nos sectores tradicionais».
As baixas qualificações da maior parte dos activos do EDV ajudam a explicar esta situação.
Maria de Lurdes Torres salienta «a relevância económica da sub-região, patente na absorção do emprego da região Norte (8 por cento) e na origem de cerca de 17 por cento das exportações desta região». E, em termos de evolução do tecido produtivo, detecta uma evolução que levou «a uma perda de importância na economia da sub-região de sectores produtores de bens transaccionáveis».
O trabalho refere que o EDV «assistiu a uma redução da importância relativa da indústria transformadora na estrutura produtiva ao nível das principais variáveis» e que se tem assistido «a um reforço do peso relativo de algumas actividades de serviços, designadamente das actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas e da saúde e acção social».
O comércio «conheceu uma redução muito ligeira da importância relativa em termos do número de empresas».
Uma «fragilidade» detectada «tem a ver com a actual situação económica difícil em que algumas empresas de actividades industriais historicamente relevantes se encontram (fundamentalmente de mão-de-obra intensiva e em deslocalização para países que apresentam custos de mão-de-obra comparativamente mais baixos), com um impacto negativo na economia local, em particular com repercussão directa ao nível do desemprego».
Os dados revelam «algum dinamismo das trocas comerciais com o mercado extracomunitário, o que parece traduzir alguma capacidade de resposta por parte do sector empresarial do EDV às oportunidades que se vislumbram em novos mercados, o que poderá compensar, em parte, os efeitos da crise económica internacional».
«O momento actual apresenta-se como um desafio e, sobretudo, como uma prova à capacidade dos vários agentes económicos», sustenta uma nota final, acrescentando que «todos os esforços deverão convergir no sentido de incentivar o investimento empresarial e de estimular o empreendedorismo».
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