No próximo dia 1º de junho, pelas 18h30, o auditório da Embaixada do Brasil em Lisboa ganha nova cor com a inauguração da exposição “Memórias”, da artista plástica brasileira Mariana Rosa de Jesus Kuntzig.
Os dezoito quadros escolhidos narram a história de uma pessoa que se considera autoditacta. “Eu pinto do mesmo jeito que vivo, ou seja, de uma forma simples e contínua”, afirma Mariana Rosa.
“Memórias” sublinha a importância de manter as recordações, “porque elas nos mantêm íntegros, libertos e mansos de coração”, segundo Mariana Rosa. A artista acrescenta que esta mostra de telas em óelo com tamanhos variados “é como um resgate de lembranças da minha infância, dos costumes e do modo simples de viver do meu povo”. Quando se refere a cada peça explica que tenta, “de uma maneira simples e sem compromisso, retratar algumas cenas desta gente em seu quotidiano bem como sua maneira peculiar de viver um dia de cada vez”.
Mariana Rosa começou a pintar os primeiros quadros de “Memórias” em meados de 2009, mas a grande maioria já data de 2010. “Estas memórias são como um farol a me guiar ao longo da vida”, acrescenta.
Em Portugal há três anos, Mariana Rosa é natural de Mutuípe, Bahia, um lugar onde “já nascíamos com uma história ou uma referência. Não precisávamos de nome nem registos, bastava-nos pertencer a alguém ou a algum lugar”, conta.
Para João Ribeiro, artista plástico português e professor de Artes Plásticas, Mariana Rosa é uma pintora que tem um “modo falsamente igênuo de pintar. Ela utiliza as ambiências naif para descrever seu mundo, onde a fantasia e a realidade se casam exemplarmente”. O artista português é ainda da opinião que os quadros da artista refletem uma vida despreocupada e feliz, “alegorias das vidas que encontramos nos romances de Jorge Amado. Pintura neo-expressionista e narrativa, pintura do coração”, sustenta.
Reinaldo Jerónimo, artista plástico brasileiro e professor de Artes Plásticas, considera que as obras de Mariana Rosa mostram “força de grandes mestres, estampada na leveza das cores, e de traços que nem sempre dizem o que parecem dizer, mas, ao mesmo tempo, dizendo tudo o que precisamos entender.”.
Nascida em 1965 em Mutuípe, Bahía, Mariana Rosa iniciou o seu contacto com as artes plásticas entre 1998 e 2005, período em que trabalhou no ateliê de pintura do artista plástico brasileiro Murilo Ribeiro, em Salvador, no Brasil. Entretanto, entre 2003 e 2008, vê alguns dos seus trabalhos serem adquiridos por colecionadores particulares do Brasil, México, Itália, Portugal, Alemanha e Estados Unidos.
A primeira exposição individual foi inaugurada na Galeria Arte Jovem, em Lisboa, em 2006. Já a residir em Portugal ingressa na Associação de Artes do Seixal (ARTES) e participa de duas exposições colectivas – Galeria AMG Car e ANUALARTES 2007.
O ano de 2008 foi marcado por quatro exposições, uma delas individual. Em 2009 participou de mais uma edição da ANUALARTES.