Cultura, Portimão

Maio é o mês de Manuel Teixeira Gomes e Portimão enche-se de cultura

As comemorações em volta do aniversário de Manuel Teixeira Gomes têm o seu ponto alto a 27 de Maio, data em que se completam 150 anos desde o nascimento do sétimo Presidente da I República Portuguesa. Durante todo o mês, a cidade enche-se de iniciativas lúdicas e culturais para revisitar a sua vida e obra. Acções promovidas pela Câmara Municipal, de forma a recordar e relembrar a maior inspiração das suas gentes.

 A 10ª edição da Corrida Fotográfica de Portimão arranca já hoje, sábado, dia 15 de Maio. A decorrer no Museu de Portimão, a prova de fotografia tem por base a vida e obra de Manuel Teixeira Gomes e pretende redescobrir lugares do município descritos pelo escritor.

Domingo, dia 16 de Maio, é a vez da inauguração da exposição ‘Manuel Teixeira Gomes – Entre dois séculos e dois regimes’, pelas 17 horas, no Museu de Portimão. A exposição, que decorre até 24 de Outubro, desafia-nos a acompanhar o percurso único do antigo Presidente da República, nas suas viagens comerciais, diplomáticas, políticas, literárias e culturais. No mesmo período será apresentada a exposição complementar ‘Portimão nos Alvores do Século XX’: uma mostra da evolução da antiga Vila Nova, no primeiro quartel do século XX, durante a transição da monarquia para o regime republicano.

O dia 27 de Maio, data do nascimento de Manuel Teixeira Gomes, vai ficar marcado pela apresentação da obra colectiva ‘Manuel Teixeira Gomes: ofício de viver’. Trata-se de um retrato de uma vida solitária mas, simultaneamente, cheia, que tem lugar às 18h30, no Museu de Portimão. À noite, pelas 21h30, está guardada a criação original do pianista Bernardo Sasseti ‘Gente Singular’, no Teatro Municipal de Portimão – TEMPO. Concerto com a Sinfonietta de Lisboa, com o Maestro Vasco Pearce de Azevedo.

Impulsionada pela homenagem a Manuel Teixeira Gomes, a Câmara Municipal de Portimão associou-se ainda às comemorações do Dia da Marinha, que decorrerão entre 15 e 23 de Maio em Portimão, cidade anfitriã do evento. O político e personalidade das letras foi também um homem ligado ao mar.

No seguimento de um plano que vem decorrendo desde o início do corrente ano lectivo, e que pretende integrar as crianças na história, vida e obra de Manuel Teixeira Gomes, várias escolas vão associar-se, durante este mês, à Câmara Municipal, nas comemorações do 150º aniversário da figura de proa da cidade. Exposições, palestras e conferências vão envolver a comunidade escolar na promoção da vida e obra do consagrado escritor e sétimo Presidente da I República Portuguesa.

Sobre Manuel Teixeira Gomes

Manuel Teixeira Gomes nasceu a 27 de Maio de 1860, em Portimão. Completou o ensino secundário em Coimbra, tendo como colega de carteira e amigo José Relvas, o homem que subiu à varanda da Câmara Municipal de Lisboa para proclamar, a 5 de Outubro de 1910, a República.

Aos 15 anos entra para a Faculdade de Medicina. Mas os estudos entediam-no. Continua, depois, entre Lisboa e o Porto, numa deriva de “boémia descabelada, miséria, fome e literatura”. Conhece João de Deus, Fialho de Almeida, António Nobre, Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Brito Camacho, Gomes Leal, Abel Botelho, Columbano Bordalo Pinheiro e outros grandes vultos da cultura, da arte, da política, do seu tempo.

Estreia-se na escrita na «Folha Nova» (1882) e depois como colaborador na «Folha de Hoje» e no «Primeiro de Janeiro». Antes de regressar à sua terra e dedicar-se à actividade do comércio dos frutos secos de seu pai. Ali teve a oportunidade de viajar como negociante e conhecer os grandes centros da vida cultural e artística da Europa, do Mediterrâneo, do Norte de África, do Próximo Oriente.

Menos de seis meses depois do 5 de Outubro de 1910, Teixeira Gomes é chamado para Londres para representar a jovem República portuguesa. Está presente nas negociações que levam à participação de Portugal na primeira Guerra Mundial. E ainda nas negociações de paz que conduzem à assinatura do Tratado de Versalhes e à criação da Sociedade das Nações, a antecessora da ONU, da qual chegou a vice-presidente.

Muito pelo prestígio alcançado nos fóruns internacionais foi eleito, por votação das duas câmaras do Congresso, para o cargo de presidente da República, em 1923. Foi dos presidentes mais esclarecidos e civicamente empenhados na normalização da vida democrática da Primeira República. Em vão.

Descontente com a profunda instabilidade política e social, acabou por renunciar ao seu mandato ao fim de pouco mais de dois anos. Cinco dias após a renúncia, deixa o país para não mais regressar em vida. Em intensa correspondência escrita, com muitos dos seus amigos e familiares, amaciará as saudades do seu país em cartas e postais, refulgindo conhecimento, sensibilidade, inteligência. Peregrino, ávido de arte e de cultura, falava seis línguas. Tinha um conhecimento enciclopédico nas mais díspares matérias. Como escritor, foi dos maiores estilistas da língua portuguesa.

Faleceu em Bougie, actual Bejaia, Argélia, a 18 de Outubro de 1941. Regressa à sua terra em 18 de Outubro de 1950, no dia em que completaria 9 anos sobre a sua morte, num barco da Marinha de Guerra.

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