O Museu Municipal organiza a partir de sexta-feira, dia 7, uma Exposição de Pintura, no Núcleo Museológico da Igreja Românica de São Pedro de Rates. A inauguração terá lugar às 17h00.
Intitulada “DIUR no Caminho de Santiago”, a exposição itinerante conta com cerca de 40 quadros realizados pelos sócios da Diur – Asociación Adolescentes de 50, 60, 70 a 80 y… años.
A Diur é uma associação de Pontevedra – Espanha sem fins lucrativos e com o objectivo fundamental de proporcionar às pessoas da terceira idade, aposentados e pré-aposentados, independentemente do sexo, raça ou religião, os meios para encontrar e desenvolver uma equipa, um vasto leque de actividades culturais e de lazer.
Neste sentido, a associação pretende participar nas iniciativas de promoção do Caminho Português de Santiago levadas a cabo durante o ano de 2010 – Ano Xacobeo – através da itinerância da exposição pelas cidades por onde passa o “Caminho Central” dos Caminhos de Santiago como é o caso da Póvoa de Varzim.
A mostra estará patente até 30 de Maio e poderá ser visitada no horário de funcionamento do Núcleo, de terça-feira a sábado, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Sobre os Caminhos de Santiago:
Todos os caminhos conduzem a Santiago
Esta era uma frase que se ouvia com frequência na Idade Média, sobretudo a propósito da profusão de itinerários que conduziam ao túmulo do Apóstolo.
Os peregrinos, ataviados com o chapéu de aba larga, protecção contra o sol ou a chuva, com a bolsa para o dinheiro de oferenda, a cabaça para a água, o bordão para auxiliar na caminhada, as sandálias para proteger os pés das dificuldades do caminho, e a concha, símbolo da peregrinação, seguiam para Compostela guiados, de acordo com a tradição, pela Via Láctea. Compostela derivaria de Campus Stellae, isto é, Campo de Estrelas.
Fundamental para o nascimento e desenvolvimento de muitas cidades e vilas da Península Ibérica, e não só, o Caminho de Santiago já foi percorrido por personagens históricas como o Papa Calixto II, grande impulsionador do Caminho, a Rainha Santa Isabel, D. Sancho II, o imperador Carlos Magno, São Francisco de Assis, El Cid, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, Luís VII de França, Eduardo I de Inglaterra, Filipe II de Espanha, João de Brienne, D. Manuel I de Portugal, Jan Van Eyck e muitos outros, bem como por personagens actuais como os Papas João XXIII e João Paulo II, a Infanta Elena, os escritores Ernest Hemingway e Paulo Coelho, etc.
O Caminho de Santiago foi declarado, em 1987, pelo Conselho da Europa, como o primeiro “Itinerário Cultural Europeu”. A Unesco consagrou-o, em 1993, como “Património da Humanidade”.
Caminhos do Norte
Os caminhos situados a norte do Douro, foram intensamente frequentados, em especial os que partiam do Porto. Há várias hipóteses de alcançar a fronteira e passar à Galiza. Eis as que mais interessam à Maia: Da cidade do Porto parte-se em direcção a Moreira da Maia (em cuja galilé do Mosteiro funcionava uma espécie de «farmácia» para assistência aos peregrinos), Vilar do Pinheiro, Mindelo, Azurara e Vila do Conde. A passagem do Ave era feita com a barca do convento das freiras de Santa Clara. Depois, Póvoa de Varzim e Esposende, onde os peregrinos inflectiam até à Barca do Lago para fazerem a passagem. A seguir Belinho, Castelo de Neiva, Darque, a travessia do Lima em Viana, Caminha, Cerveira e a Valença.
Outra hipótese segue o mesmo percurso do Porto, por Moreira (ou pelo centro da Maia), Ponte de Ave, São Pedro de Rates, Barcelinhos onde a travessia era feita em barca, Ponte do Lima, Carapeços, Aboim, Cossourado, Portela da Facha e Correlhã, seguindo-se em direcção a Romarigães, Rubiães, Fontoura e Cerdal, para atingir Valença, onde se fazia a travessia do rio Minho para Tui. Um outro caminho ia do Porto em direcção a Águas Santas, rumo a Braga, São Frutuoso de Montélios, Prado e Vila Verde até Ponte de Lima. Daqui passa-se a Ponte da Barca, cujo nome evoca a velha barca de passagem para peregrinos. Daí ao Soajo, atravessando-se por Lobios até Entrimo, para atingir Ourense, e daí Santiago.