Cultura, Tomar

Inês Pedrosa lançou em Tomar o seu novo romance

Câmara Municipal e livreiros estão de acordo: a Feira do Livro de Tomar, que decorreu de 22 a 25 de Abril, na Praça da República, foi um sucesso. Milhares de pessoas passaram pelo recinto, os resultados económicos foram satisfatórios e os culturais também o foram.
Ponto alto do certame foi a apresentação nacional do novo livro de Inês Pedrosa, “Os íntimos”, que só chegará às livrarias na próxima sexta-feira. A escritora, de raízes tomarenses, fez questão de que Tomar tivesse oportunidade de o conhecer em primeira mão, tendo estado presente na tarde de sábado.
A apresentação foi feita por Nuno Garcia Lopes, que salientou o facto de este livro começar por causar alguma estranheza para quem encara a escrita da autora como mais virada para o feminino.”Os íntimos” é um livro sobre homens, narrado essencialmente no masculino.
Afinal, explicou Inês Pedrosa, não terá sido mais complicado colocar-se na pele deles para escrever este romance do que fora, por exemplo, colocar-se na pele de uma octogenária meio enlouquecida em “Nas tuas mãos”, obra anterior perpassada por várias mulheres.
Foi com alguma comoção que a autora recordou a sua infância em Tomar (João Patrício, em representação da Livraria Nova, começou por recordar as palavras dela no volume “Crónica Feminina” em que afirma ter-se apaixonado pela poesia nos passeios de barco pelo Nabão quando o avô lhe lia Camões), revelando que passa pela cidade sempre que pode nem que seja apenas para vir beber um café a meio de uma viagem entre Lisboa e o Porto.
 
Espaço para os autores tomarenses
 
A Feira serviu também para que outros autores tomarenses, menos mediáticos, tivessem hipótese de contactar com os seus leitores, e uns com os outros. Na noite de sexta-feira, Graça Arrimar, Maria João Baginha, Virgílio Saraiva, João Amendoeira, Nuno Garcia Lopes, Carlota Alcobia, Sara Alcobia, Joel Anjos e Carlos Trincão estiveram à conversa, entre si e com o público presente, a propósito da questão da censura. Recordou-se, porque é importante não o esquecer, como as ideias se tentavam agrilhoar com esse expediente nos tempos da ditadura, mas também se salientou o facto de as proibições aguçarem o engenho dos criadores.
E ainda há censura, hoje? Bom, à parte as autocensuras, a generalidade dos autores entende que a palavra é forte para a realidade dos nossos dias, embora não deixe de haver queixas à falta de visibilidade que consegue nas livrarias.
 
Muitas e animadas colaborações
 
Animação foi o que também não faltou na Feira do Livro de Tomar, organizada pela Câmara Municipal em colaboração com as livrarias locais Ao Pé dos Livros, Entrelivros, Nova e Raiz, cuja dinâmica é de realçar. Houve momentos de poesia com os alunos da EB1 e Jardim de Infância dos Templários; contos com António José Clemente e O Contador de Histórias; música com a Tuna Sabes Cantar da Escola Secundária S. Maria do Olival, o Coro Infantil da EB1 Infante D. Henrique e o duo Ricardo Rebelo & JP.

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