A Oikos – Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria, realizou a Conferência “Litoral: Problemas e Potencialidades”, que decorreu na Galeria Municipal (Praça Guilherme Stephens), nos dias 16 e 17 de Abril.
A sessão de abertura contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Álvaro Pereira; e do Presidente da Oikos, José Lamego.
O Presidente da Câmara felicitou a OIKOS pela iniciativa que pretendeu “salientar a importância dos recursos do litoral e analisar as suas potencialidades e fragilidades”, bem como “discutir estratégias para o seu planeamento e gestão sustentada”.
Álvaro Pereira lembrou que “o tema não podia ser mais apropriado ao nosso concelho que, a par das suas potencialidades, também apresenta fragilidades, como sejam a instabilidade das arribas, os problemas de erosão, a gestão da faixa litoral ou a falta de qualidade da água do rio Lis que continua a ser tão fustigado pelas suiniculturas do concelho de Leiria”.
Mas existem também potencialidades num concelho “onde os recursos naturais constituem a maior riqueza e o mais antigo património” e onde “cerca de 1/3 do território é ocupado pela mancha florestal, que tem mais de 700 anos de história, tendo sido a génese dos serviços florestais nacionais e da “escola” silvícola da arborização do País”.
O Presidente está certo que “para incrementar as riquezas naturais da Marinha Grande e para resolver os seus problemas, é fulcral o trabalho entre todas as instituições, com um forte envolvimento da Administração Central, Local e da sociedade civil”.
José Lamego, da OIKOS, começou por agradecer a presença de todos os participantes e entidades. Fez uma breve descrição da actividade, a primeira em colaboração com a Câmara Municipal, agradecendo esse apoio.
Potencialidades, fragilidades e sustentabilidade
Esta conferência teve como principais objectivos compreender a importância dos recursos do litoral, analisar as suas potencialidades e fragilidades e detectar disfunções.
Um conjunto de especialistas de diversas áreas ajudaram a compreender melhor as problemáticas que estão associadas ao litoral. A forte adesão foi motivo de orgulho do presidente da Oikos.
No primeiro dia foi debatido o painel A – Conservação e problemas do Litoral, discutindo-se os temas: “Litoral: Espelho da Sociedade – mudam-se os tempos mudam-se as vontades” pelo orador Alveirinho Dias, do Centro de Investigação Marinha Ambiental. Falou da evolução da procura do litoral pelas populações, da mudança de alguns conceitos e ideologias relacionadas com os modos de vida nas zonas costeiras, de particularidades de várias regiões costeiras do país, entre outros.
Mário Oliveira, da Oikos, abordou o tema “Litoral Regional – Um retrato Ambiental”, focando-se na zona centro do país e na importância da educação ambiental e preservação de algum património. A erosão e o desaparecimento das areias foram os problemas de maior enfoque nesta iniciativa.
“Cetáceos no Litoral de Alcobaça: dos arrojamentos à investigação” foi o tema abordado por Sofia Quaresma, da Câmara Municipal de Alcobaça, e “Os sistemas de informação aplicados à gestão do litoral” por António Mota Lopes, do Instituto Geográfico Português. Seguiu-se o debate moderado por Jorge Dinis da Universidade de Coimbra.
No painel B – Políticas, estratégias e potencialidades, evocaram-se os seguintes temas: “Estratégia Nacional para a Gestão Integrada na Zona Costeira”, por Paulo Machado, do Instituto Nacional da Água; “Litoral e áreas protegidas” por Teresa Leonardo, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade); “Os desafios do Turismo na Zona Costeira” com José Carlos Ferreira, da Universidade Nova de Lisboa; “Avaliação Ambiental Estratégica para a Gestão do Litoral: O caso de estudo de Tróia”, com João Joanaz de Melo, da Universidade Nova de Lisboa e o “Litoral de Gaia – Problemas e suas potencialidades” por Henrique Nepomuceno, do Parque Biológico de Gaia. O debate foi moderado por Nuno Carvalho da Oikos.
No sábado, dia 17, das 9h00 às 13h00, realizou-se uma saída de campo, que consistiu numa visita às praias do Pedrógão, Vieira, S. Pedro Moel e Pedra do Ouro, onde foram identificados vários problemas relacionados com o desaparecimento de areias, construções em áreas consideradas perigosas, entre outros.
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