A área ardida quase duplicou entre 2008 e 2009, atingindo perto de 30 mil hectares, mas o ministro da Administração Interna lembrou que o valor está «muito longe» das previsões de «técnicos e cientistas».
De acordo com os dados provisórios apresentados hoje pelo comandante da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), Gil Martins, até 30 de Agosto arderam 29.923 hectares, enquanto no ano passado a área afectada foi de 17.244 hectares.
Para o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, este aumento deve-se essencialmente às condições climáticas – que «este ano são muito piores».
O responsável lembrou que em 2006 e em 2007 a «área ardida foi superior», atingindo os 75.509 hectares e 31.450 respectivamente.
O ministro recordou que, «em 2005, estudos científicos e técnicos apontavam que ardesse até 2012 uma média anual de 100 mil hectares».
Estes valores são o resultado do «esforço incansável dos bombeiros», das condições climáticas e da criação de «medidas correctas», defendeu Rui Pereira, em declarações ao jornalistas na terça-feira, em Lisboa, no final da última reunião com a subcomissão parlamentar que tem acompanhado os trabalhos da ANPC.
O ministro apontou o trabalho que tem sido realizado desde 2005, com a criação da Força Especial de Bombeiros, o maior envolvimento da Guarda Nacional Republicana e a revisão do Código Penal que em 2007 agravou as penas relacionadas com incêndios.
O número de ocorrências também aumentou este ano: até 30 de Agosto registaram-se 14.143, o dobro das registadas em 2007 e mais cinco mil do que no ano passado. Mas a média de ocorrências entre 2000 e 2005 rondou as 21 mil e em 2006 a ANPC registou 16.620 ocorrências.
Já este ano, o dia mais grave foi este fim-de-semana, a 30 de Agosto, altura em que a Protecção Civil registou 444 novas situações. Este Verão, o distrito do Porto foi o mais fustigado, seguido de Viseu e Aveiro.
Mais de 90 por cento dos fogos têm origem humana e o fim-de-semana continua a ser a altura em que se registam mais acidentes, porque «aumentam os comportamentos negligentes nas festas e romarias, piqueniques e queimadas», lamentou Rui Pereira.
Mas também existem casos que estarão relacionados com comportamentos dolosos, principalmente os incêndios que começam à noite.
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