«Não é só o Governo português que tem de olhar muito mais para o Norte, mas a própria Europa, que tem aqui uma região interessante, com grandes tradições de indústria, e que está numa situação aflitiva», afirmou José António Barros, em entrevista à agência Lusa.
Segundo Barros, o Norte de Portugal «já foi uma das regiões mais industriais da Europa», mas é hoje «a mais pobre» da União e «um desequilíbrio grave numa região europeia é um problema para toda a Europa e não só para Portugal».
«Se temos Europa é uma obrigação da Europa olhar para esta região, tal como se preocupou há uns anos atrás com as regiões que surgiram após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. Tem que olhar para esta região», sustentou o dirigente associativo.
De acordo com José António Barros, o «notável crescimento» das exportações que o Governo «apregoou» em 2006 e 2007 foi obtido «não com a Autoeuropa nem a Qimonda, mas com os sectores tradicionais da economia, que estão na região Norte».
«É muito interessante analisar a balança tecnológica, mas não é isso que vai equilibrar a balança de pagamentos nacional, são os bens transaccionáveis, produzidos pelos sectores tradicionais da economia, que o vão fazer e isso está aqui na região Norte», sustentou.
Neste âmbito, o presidente da AEP referiu-se ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, cuja gestão autónoma tem sido reclamada pelas autoridades locais.
«Há forte vontade política no Norte para gestão do aeroporto e apoiamos claramente nesta matéria a posição da Junta Metropolitana do Porto», afirmou, salientando que «não há nenhuma razão para a região Norte não ter uma palavra muito forte na gestão do Aeroporto Sá Carneiro».
«Entendemos que o Governo não vai ter outra solução senão dar à região Norte uma posição clara na gestão do Aeroporto Sá Carneiro, [nomeadamente na área da exploração comercial e da gestão de rotas], sobre as quais nós não nos vamos calar», garantiu.
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