O alerta refere-se especialmente à situação das pequenas e médias empresas da região Norte nos sectores do têxtil, vestuário e calçado, mais vocacionados para a exportação.
Na sequência de contactos desenvolvidos recentemente, o presidente da CCDRN concluiu que se verifica actualmente em muitas destas empresas a «ameaça de perda de negócios ou mesmo de paragem de produção, em resultado da rejeição ou anulação de apólices de garantias por parte dos operadores de seguro de crédito».
Para inverter este quadro, Carlos Lage apelou ao governo, no sentido da «aplicação urgente das medidas anunciadas para assegurar créditos à exportação».
O presidente da CCDRN defendeu ainda a «responsabilização das entidades seguradoras, se necessário através de iniciativas mais radicais, no sentido do cumprimento das suas obrigações, num quadro de razoabilidade».
Para sustentar a sua preocupação, Carlos Lage recordou os «esforços de inovação e internacionalização» que têm sido feitos pelas empresas exportadoras da região Norte do país, frisando que esses esforços «só terão resultados se foram garantidas as necessidades fundamentais de actividade, como o acesso a seguros de crédito».
«Sendo este um problema de forte incidência no Norte, com traços de dramatismo, o acesso a estas garantias é uma condição de sobrevivência de todo o aparelho exportador nacional», defendeu Carlos Lage.
Em finais de Fevereiro, no final de uma reunião com associações empresariais, o ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou que o Estado vai assumir 60 por cento do risco nos créditos pedidos pelas pequenas e médias empresas que perderem rating.
Esta medida, que envolve cerca de mil milhões de euros, junta-se a duas outras linhas de apoio na área dos seguros de crédito, anteriormente instituídas, também dotadas com mil milhões de euros cada – uma para exportações na área da OCDE e outra para fora daquela zona.
Na altura, Manuel Pinho revelou que o governo espera que esta nova medida possa estar disponível durante a primeira quinzena de Março.