A empresa tecnológica YDreams criou uma rede empresarial com o objectivo de entrar no mercado com produtos revolucionários e mais económicos em suportes tradicionais com propriedades interactivas como o papel, cortiça, plástico e vidro.
“Esta rede significa algo verdadeiramente determinante para nós porque é a passagem da investigação fundamental da universidade para o mercado, em que nós somos o pivot. Essa transição passa pela associação às empresas portuguesas líderes nas diferentes superfícies, como o papel, o plástico, a cortiça e a madeira”, anunciou o presidente executivo da YDreams, António Câmara.
Designada “Invisible Network”, a nova rede integra o grupo Portucel Soporcel, Sonae Indústria, Corticeira Amorim – de Santa Maria da Feira -, Logoplatse, BA Vidro, Bi-Silque e Metoxid (Grupo CUF) e tem como objectivo entrar no mercado global com produtos que permitam apresentar informação dinâmica com a qual o utilizador pode interagir sem necessidade de ter um computador ou dispositivo electrónico tradicional.
“Imagine-se um jornal, ou qualquer outro produto baseado em papel, em que as imagens têm animação, ou um bloco de papel em que podemos colocar ou apagar linhas e quadriculados, ou chamar uma calculadora que está embebida. Imaginemos ainda uma mesa já vendida com vários jogos como damas ou xadrez que podemos chamar e jogar ou até cenas interactivas no vidro para estações de comboio”, exemplificou.
Segundo António Câmara, os novos produtos “rivalizam” com os computadores e têm um custo muito mais reduzido e um consumo mínimo de energia.
“[Com esta associação] estamos a criar um motor de criação de produtos revolucionários que podem ser vendidos em 100 países”, disse António Câmara, sendo que estudos preliminares apontam para mercados alvo no valor total de 900 mil milhões de euros anuais.
Também o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, sublinhou a importância do “produto inteiramente revolucionário”, que considera marcar “uma viragem” face ao projecto inicial da YDreams baseado essencialmente em software e processamento de algoritmos e sinais.
“Passou para uma intervenção directa com os físicos, os químicos e os industriais em novos produtos, designadamente tradicionais, que passem a estar dotados de capacidades electrónicas. Isso permite envolver capacidades de investigação científica que existem dispersas em Portugal e que podem contribuir para revolucionar este sector”, disse Mariano Gago.
A nível de investigação, a “Invisible Network” integra laboratórios das universidades Nova de Lisboa e do Minho e consultores dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.
Segundo a YDreams, irão ainda nascer projectos de investigação com apoio do Quadro Estratégico de Referência Nacional (QREN) e linhas de financiamento público e privado, que poderão totalizar um investimento de cerca de 20 milhões de euros.
Se precisa de Agência de E-commerce pode ver a Livetech