O jornalista Carlos Vaz Marques, da TSF, foi o vencedor da segunda edição (2007) do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Jornalismo Científico”, no valor de 50 mil euros.
A Guiné-Bissau serve de pano de fundo ao trabalho vencedor, intitulado “Dari, primata como nós”, emitido na TSF, uma reportagem de campo em que o jornalista acompanha, no terreno, uma investigação científica relativa à vida de um grupo de primatas na selva.
O repórter conta a história em voz própria, através de entrevistas aos participantes e recorre ao ambiente sonoro da selva africana, o que dá ao trabalho algum dramatismo, que entusiasma e “puxa” o ouvinte para dentro da acção.
Uma entrevista à cientista que lidera o projecto contextualiza e dá sentido e profundidade à reportagem, “mostrando que a vida comunitária de uma tribo de macacos na floresta da Guiné-Bissau e a sociedade humana têm muito mais em comum do que possa parecer”.
O júri decidiu, ainda, atribuir duas menções honrosas, no valor de cinco mil euros cada, às jornalistas Teresa Firmino com “Trabalho jornalístico sobre a extensão da plataforma continental portuguesa”, publicado no jornal Público, e Helena Mendonça com “Os nossos neurónios” publicados na Notícias Magazine, revista conjunta do Diário de Notícias e Jornal de Notícias.
“Plataforma continental portuguesa” é um dossiê jornalístico constituído por três artigos publicados por Teresa Firmino, a 05 de Agosto de 2007, sobre a investigação que lançou as bases científicas para a reclamação – e obtenção – de jurisdição, por parte de Portugal, de uma zona para além das 200 milhas náuticas da plataforma continental nacional.
Quanto a “Os nossos neurónios”, de Helena Mendonça, constitui um conjunto de 52 reportagens de duas páginas, publicadas semanalmente, ao domingo, durante 2007. Cada um dos trabalhos foca uma investigação científica distinta, fazendo simultaneamente um retrato pessoal do investigador e da investigação desenvolvida.
A análise e selecção dos trabalhos couberam a um júri de cinco elementos, presidido por Júlio Pedrosa, antigo reitor da Universidade do Porto e actual presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Faziam parte do júri António Borges, presidente do OVERGEST – Centro de Especialização em Gestão e Finanças do Instituto Superior de Ciências do Trabalho a da Empresa (ICSTE), Alexandre Quintanilha, professor catedrático no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Fernando Cascais, director do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR) e o jornalista José Pimenta de França, vogal do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
A Fundação Ilídio Pinho criou, em 2006, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, o primeiro dos prémios ao mérito e à excelência na área do Jornalismo Científico, com um valor de 50 mil euros, sendo, de longe, o mais elevado prémio de jornalismo em Portugal e um dos mais elevados da Europa.
O prémio Fundação Ilídio Pinho “Jornalismo Científico” tem como objectivo fundamental estimular, incentivar e reconhecer trabalhos jornalísticos em língua portuguesa para a área da ciência, privilegiando aqueles que favoreçam a ligação entre a investigação e a inovação e desenvolvimento empresarial, levada a cabo pelas Universidades e Centros de Investigação.
Na primeira edição do prémio, o vencedor foi José Milheiro, também jornalista da TSF, com o trabalho “Selecção de Esperanças”.
Nessa edição, à qual concorreram 15 trabalhos, foram igualmente atribuídas duas menções honrosas, uma para Cármen Inácio, com a reportagem “Geração Cientista”, emitido na RTP 2, e a outra para Teresa Florença, com o trabalho “À descoberta dos nanomateriais”, publicado na revista do Diário de Notícias do Funchal.
À edição de 2007 concorreram 25 trabalhos, divulgados pela Rádio, Televisão e Imprensa, versando temas muito diversos, desde as Ciências da Vida, Saúde e Robótica, entre outras.
A cerimónia pública de atribuição dos prémios será presidida pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva.
Inicialmente prevista para o próximo dia 21 de Novembro, teve de ser adiada por motivos imprevistos, devendo a nova data ser anunciada brevemente.
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