A região Norte registou uma descida da taxa de desemprego no primeiro semestre deste ano, atingindo o valor mais baixo dos últimos três anos e meio, mas a crise na economia mundial deverá impedir que esta tendência se mantenha.
“O Norte oscila entre a esperança e a angústia», afirmou hoje Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), admitindo “sem dúvida» que os resultados positivos obtidos no primeiro semestre não se deverão confirmar na segunda metade deste ano.
Os dados hoje divulgados pela CCDRN indicam que a taxa de desemprego regional caiu para 8,2 por cento no final do primeiro semestre (era de 9,4 por cento em 2007), atingindo o valor mais baixo dos últimos três anos e meio. Por outro lado, o emprego na região cresceu 1,4 por cento no primeiro trimestre deste ano e 2,1 por cento no segundo trimestre, sendo este o mais forte crescimento homólogo registado nos últimos seis anos.
Apesar destes indicadores positivos, Carlos Lage defendeu a necessidade de manter o “realismo».
“As previsões para a economia portuguesa no segundo semestre são baixas. Não creio que a região Norte tenha uma tendência diferente e possa manter o ritmo que se verificou claramente no primeiro semestre», afirmou.
Carlos Lage falava na apresentação do relatório “Emprego e Desemprego na Região Norte», elaborado pelo Centro de Avaliação de Políticas e Estudos Regionais, da CCDRN.
“Embora não seja responsável pela política de emprego, que não é apenas uma questão de números, mas de pessoas, de dramas e de dignidade, não podemos ser indiferentes à evolução do desemprego na região», frisou o presidente da CCDRN.
Na apresentação do documento, Teresa Lehmann, vice-presidente da CCDRN, salientou que o Norte foi, em 2007, “a região portuguesa com maior taxa de desemprego, sendo a que registou o maior agravamento desde 2001».
“Esta situação resulta, em parte significativa, do processo de ajustamento estrutural da economia regional, sendo um choque inevitável para passar para um modelo mais promissor, que assente na inovação, na internacionalização e no desenvolvimento tecnológico», defendeu.
Os dados divulgados sustentam que este ajustamento da economia regional tem especial impacto ao nível da estrutura sectorial do emprego, “com a perda de importância das indústrias transformadoras, que continuam a ser o principal empregador regional», e da qualificação da mão-de-obra, que “sofreu um salto qualitativo evidente».
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