O ministro da Economia, Manuel Pinho, disse hoje que “o país precisa de acção para enfrentar a crise”, razão que levou o Governo a lançar os pólos de competitividade para apoiar as empresas.
Reportando-se às previsões do Fundo Monetário Internacional que prevê o crescimento mais baixo do pós-guerra para as economias industrializadas, Manuel Pinho insistiu na ideia de que “é preciso acção e já” para apoiar as empresas e torná-las mais competitivas na economia global.
“Por isso o Governo decidiu criar os pólos de competitividade, sendo que o objectivo é somar para multiplicar”, disse, explicando que se pretende assim pôr as pessoas, as empresas e as instituições a cooperar.
Segundo o ministro, os pólos de competitividade, hoje apresentados em Aveiro, “vão revelar um Portugal mais forte” em diversos factores de actividade, como na moda, que tem sabido resistir à concorrência asiática, na energia, na petroquímica e mesmo na indústria automóvel.
“A nossa indústria de calçado é a segunda no mundo. Na energia, onde nos estamos a afirmar, ocupamos o quinto lugar da Europa nas energias renováveis. Na petroquímica, vai nascer em Sines vai estar entre os sete ou oito melhores pólos da Europa e, na indústria automóvel, o investimento da Auto-Europa em Palmela é o maior da Volkswagen em todo o mundo”, exemplificou.
Manuel Pinho exibiu os resultados da “política de acção e de não baixar os braços” que o Governo tem seguido, contrapondo aos indicadores da legislatura anterior, para afirmar que o país já está agora mais competitivo.
“Desde 2005 as nossas exportações já cresceram mais de 20 por cento. Cresceram quatro vezes mais nos últimos três anos do que nos três anos anteriores, o que quer dizer que o país consegue exportar bem, vender mais ao exterior, pelo que está mais competitivo”, concluiu.
O investimento, “o grande motor da economia porque sem ele não há prosperidade”, foi também enfatizado pelo ministro que salientou ter crescido 16 por cento, em termos acumulados, desde 2005, quando entre 2002 e 2005 havia baixado quatro por cento.
Lembrou também que houve outras crises que foram vencidas: “em 2002 fomos vítimas de uma crise provocada por razões internas. Durante três anos baixou a produção, baixou o investimento, subiu o desemprego e a herança no fim foi o maior défice orçamental da Europa”.
O ministro da Economia garantiu também que vai prosseguir a política de apoio às empresas, nomeadamente às PME.
As candidaturas a Pólos de Competitividade envolvem mais de 370 entidades em cooperação, das quais 228 são empresas (62 por cento).
As candidaturas vencedoras têm acesso a incentivos específicos (EEC), beneficiando de um co-financiamento em 75 por cento dos custos de estrutura de coordenação e gestão de parceria durante a fase de execução do pólo de competitividade.
Contudo, esse valor está limitado a 2,5 por cento do investimento total proposto no programa de acção até ao limite de 500 mil euros por ano no caso dos pólos de competitividade e 200 mil euros por ano no caso dos pólos regionais.
As candidaturas estão agora sob análise, tendo a decisão de ser tomada até ao final do ano (a data limite é 19 de Dezembro de 2008). A apresentação dos resultados da primeira fase do concurso terá lugar em Janeiro.