A região Norte vai ter em vigor, a partir de Março de 2009, um inédito plano de melhoria da qualidade do ar, envolvendo um conjunto de medidas de carácter obrigatório que visam melhorar a qualidade de vida da população.
“Este projecto está numa fase muito avançada. Em Fevereiro haverá uma decisão ao nível do governo sobre essas medidas, que passarão a vigorar a partir de Março na região Norte”, revelou hoje Paulo Gomes, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).
Paulo Gomes falava à Lusa em Bruxelas, onde participou num seminário integrado no programa do Open Days – Semana Europeia das Regiões e Cidades, uma iniciativa do Comité das Regiões e da Direcção-Geral de Política Regional da Comissão Europeia que tem este ano como tema central “Regiões e cidades no mundo de desafios”.
O plano de melhoria da qualidade do ar foi uma das ideias centrais na intervenção que o vice-presidente da CCDRN proferiu num seminário sobre o impacto das alterações climáticas.
O conjunto de medidas deste plano é diverso, abrangendo desde a protecção das obras de construção para diminuir a emissão de poeiras até à “pedagogia da informação”.
“Se queremos diminuir as viaturas no centro das cidades, isso só é possível com a sensibilização prévia das pessoas”, frisou Paulo Gomes, defendendo a necessidade de “sensibilizar até à exaustão a opinião pública para a necessidade de um esforço colectivo”.
“O momento actual não podia ser melhor, estamos numa profunda crise à escala mundial e as pessoas percebem que é preciso mudar comportamentos e que isso tem implicações económicas, sociais e ambientais”, afirmou.
Para o vice-presidente da CCDRN, “se a região Norte se quer distinguir como uma região avançada em termos de qualidade de vida, de protecção do ambiente e responsabilidade social, tem que estar na vanguarda destes procedimentos”.
Na intervenção que hoje proferiu em Bruxelas, Paulo Gomes salientou também a importância das energias renováveis na luta contra o impacto das alterações climáticas.
Depois de salientar que Portugal “está entre os países mais avançados do mundo no contributo das energias renováveis para o consumo de electricidade”, Paulo Gomes frisou que a região Norte “está a aumentar todos os anos, de forma sensível, a sua capacidade de produção de energias renováveis”.
Um dado revelado pelo vice-presidente da CCDRN indica que as energias renováveis representam actualmente cerca de 50 por cento do consumo de electricidade na região norte, enquanto a média nacional é de apenas 30 por cento.
Nessa perspectiva, destacou a importância que tem vindo a ser assumida pela energia eólica, mas também salientou o início da “produção em quantidade” da energia fotovoltaica e a recente experiência ao nível da energia das ondas, ao largo da Póvoa de Varzim, numa iniciativa inédita a nível mundial.
“A região Norte tem uma agenda prioritária relacionada com a energia, que tem muito a ver com um novo paradigma do consumo de energia, da forma como os organismos públicos, as empresas e os cidadãos utilizam este bem que, sendo raro, necessita de uma nova forma de utilização”, afirmou Paulo Gomes.