“Turismo – Factor de Competitividade” é o tema do seminário que decorreu hoje na Póvoa de Varzim, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo, assinalado a 27 de Setembro.
Desenvolvido pelo Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, o seminário contou com a participação mais de uma centena de pessoas e quatro painéis de discussão que versaram sobre temas como os eventos e a sua importância para a dinamização do Turismo, as estruturas regionais de Turismo e planos de acção para o Norte de Portugal e ainda as normas de segurança para o sector de Hotelaria e Restauração.
“Os Eventos como Factores de Dinamização do Turismo” foi o primeiro painel da manhã, e contou com a intervenção de Sérgio Vieira, da empresa “Realizar”, responsável pela dinamização de eventos. “Os eventos ajudam a moldar uma sociedade de forma a ganhar notoriedade”, afirmou, dando como exemplos a exposição mediática de Óbidos, sobejamente conhecida pela panóplia de eventos que oferece, ou ainda o Red Bull Air Race. Uma exposição que acaba também por ter retorno financeiro e por justificar o investimento feito na sua organização. “Os eventos têm uma componente fundamental de movimentação de pessoas e angariação de investimento, sem esquecer a notoriedade criada”. Apostar na diferenciação, ao organizar actividades únicas, e na manutenção dos eventos é, na opinião do representante da Realizar, o caminho a seguir e, por isso, deixou o conselho: “é preferível fazer menos mas com qualidade, com dignidade e com a garantia de manutenção”.
A tarde começou com o segundo painel, dedicado aos temas “A GAMP e a Reorganização das Estruturas Regionais de Turismo”, sendo o orador Emídio Gomes, da GAMP, e “Plano de Acção para o Turismo no Norte de Portugal”, pelo orador Nuno Fazenda, da CCDRN, ambos moderados por Marco Rebelo, da NML – Projectos e Desenvolvimento Turísticos. Emídio Gomes começou por explicar que, para a Área Metropolitana do Porto, o Turismo foi identificado como uma área prioritária no que respeita à competitividade. “Escolhemos o Turismo porque achamos que todo o tipo de actividade económica que tenha possibilidades de se desenvolver é crítico para o futuro e o Turismo tem potencialidade”, esclareceu, apontando ainda a geração de postos de trabalho e fluxo de investimento como mais-valias da aposta no Turismo. Uma aposta que passou pela remodelação do modelo turístico, transformando a Região Norte na marca turística “Turismo do Porto e Norte de Portugal”. Este é um modelo que agrega todos os municípios (destacando a região do Douro como um pólo autónomo) sendo que, desta forma, a Área Metropolitana do Porto passa a estar formalmente integrada numa estrutura de promoção da sua região turística. Emídio Gomes explicou que a GAMP “pode dar uma indicação clara de como podemos desenvolver o Turismo”, apontando o melhoramento das infra-estruturas, como o aeroporto, “uma estrutura vital na qual estamos profundamente empenhados”, complementado por uma linha férrea com comboios mais rápidos, como um dos objectivos. O representante da GAMP referiu ainda novos projectos, como a de dotar o Porto de Leixões com um terminal para Cruzeiros (obra que entra em concurso este ano e avançará no próximo Março), um Centro de Congressos e um Oceanário no Porto, ainda durante o próximo ano. “Esta é uma estratégia que está assente num modelo organizativo que nos permite ser mais audazes”, concluiu.
Nuno Fazenda, da CCDRN, apresentou a estratégia do Plano de Acção para o Turismo no Norte de Portugal. Tal como explicou, esta passa por, entre outros aspectos, proceder a uma estruturação territorial, à integração em redes internacionais (sendo que o Douro é já exemplo, fazendo parte de um projecto piloto da Organização Mundial de Turismo), à aplicação eficiente dos fundos estruturais e à definição estratégica do eixo de intervenção e objectivos. Assim, assente num modelo territorial que engloba o Minho, Porto, Trás-os-Montes e Douro, ou seja, uma região e quatro destinos, definiram-se como produtos prioritários o Turismo de Negócios, Urbano, Natureza, Náutico, Gastronomia e Vinhos, Saúde e Bem-Estar, Histórico-Cultural e ainda o Golfe, não como prioritário, mas como produto a ter consideração, até pela sua vertente diferenciadora. Trata-se, então, de criar um “destino de excelência”, assente na qualificação de recursos, no investimento no alojamento, nos Recursos Humanos, no Marketing e Promoção e na Intelligence, isto é, na articulação de iniciativas.
E porque o bem-estar dos trabalhadores contribui também para a competitividade de uma empresa, o último painel do seminário teve como tema “As Normas de Segurança para o sector da Hotelaria e Restauração”, desenvolvido por Paula Cristina Sousa, da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e moderado por Maria João Castilho, da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Uma frase marcou o início deste painel: a cada três minutos e meio morre alguém na União Europeia, por causas relacionadas com trabalho. Um dado que representa mais de 150 mil mortes por ano.
Paula Cristina Sousa explicou que os custos de um acidente de trabalho são mais elevados do que o investimento na prevenção, e que, em caso de acidente, as empresas também perdem em termos de imagem e reputação. Quando se aposta na higiene, segurança e saúde no trabalho “há, sem dúvida, um aumento do bem-estar dos trabalhadores, há mais produtividade e a empresa tem uma imagem e reputação positivas”, continuou, o que permite apresentar um serviço de qualidade que, obviamente, torna as empresas mais competitivas. Explicando que o respeito pelas normas de segurança e higiene no trabalho cabem tanto ao empregador como ao trabalhador, Paula Sousa advertiu para a necessidade de estes últimos receberem a formação necessária e adequada no domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho. Focando o sector da restauração e hoteleiro, a representante da ACT explicou que este é um dos sectores que mais emprega a nível nacional e que também apresenta os seus riscos ao nível da segurança e higiene, devido ao manuseamento de máquinas e equipamentos diversos e de substâncias químicas e biológicas, à movimentação de cargas, e aos riscos eléctricos, de incêndio e de explosão, entre outros.
No encerramento, Afonso Oliveira, Vereador do Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, caracterizou o seminário como “intenso e rico, convergindo num tema, a competitividade, que não se aplica só ao Turismo, é transversal a todas as áreas”. Agradecendo a presença de todos, o Vereador mostrou-se bastante satisfeito com a adesão a este seminário, com uma larga participação de alunos de escolas ligadas ao ramo turístico.
As comemorações do Dia Mundial do Turismo continuam a 27 de Setembro com a entrega de ofertas aos hóspedes de estabelecimentos hoteleiros do concelho e a recepção especial a turistas que se desloquem ao Posto de Turismo da Póvoa de Varzim.
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