A 70ª Volta a Portugal de bicicleta vai ocupar as estradas lusas entre 13 e 24 de Agosto, na edição mais árdua e imprevisível dos últimos cinco anos, mas sem a equipa que dominou quatro das derradeiras sete corridas.
A suspensão preventiva de nove elementos da LA-MSS, por alegada prática organizada de doping, e a consequente exclusão da prova por parte dos organizadores, deixou Benfica e Liberty Seguros como as grandes favoritas à vitória entre o pelotão português, seguidas por Fercase-Rota dos Móveis e Palmeiras-Tavira.
“É um percurso muito competitivo, com a subida à Torre logo na terceira etapa em linha, e a capacidade para recuperar do esforço é essencial nesta prova de 11 dias. Concordo que se trata da edição mais difícil dos últimos cinco anos”, disse Joaquim Gomes, director da corrida.
O Benfica, com três chefes-de-fila – o popular Cândido Barbosa, o espanhol Ruben Plaza e o experiente José Azevedo -, terá oportunidade de rectificar a desilusão de 2007 e reeditar o triunfo do espanhol David Plaza, já há nove anos.
“Os objectivos passam pela vitória individual e colectiva. Vamos espreitar cada oportunidade e atacaremos sempre que se proporcionar. Estes três corredores dão, sobretudo, mais alternativas em termos tácticos”, disse Orlando Rodrigues, director-desportivo “encarnado” e vencedor da Volta a Portugal em 1994 e 1995.
Barbosa, após três anos no pódio, vai tentar o êxito supremo, tal como Azevedo, na sua última temporada como profissional antes de abandonar uma carreira ainda sem o nome inscrito no palmarés da prova portuguesa, enquanto Plaza será a melhor “águia” no decisivo contra-relógio final.
“A nossa única e maior aposta é o (espanhol Hector) Guerra. Depois de ganharmos nos dois últimos anos por equipas e sempre com corredores no pódio, queremos a vitória individual”, afirmou Américo Silva, responsável técnico pela Liberty Seguros.
Guerra, vencedor da Volta ao Alentejo, já ficou no segundo lugar em 2006 e no terceiro em 2007, e terá toda a equipa trabalhar para si, incluindo o olímpico Nuno Ribeiro, último vencedor luso da Volta a Portugal (2003), o espanhol Koldo Gil, primeiro em Montejunto no recente Troféu Joaquim Agostinho, além do “sprinter” Manuel Cardoso.
A equipa de Paredes, reforçada com os espanhóis “Paço” Mancebo, quarto no “Tour” e na “Vuelta” de 2005, e Eladio Jimenez, que ganhou no ano passado na Torre e na Senhora da Graça, é outro conjunto forte, contando ainda com o também olímpico André Cardoso, “rei” da montanha em 2007.
O conjunto de Tavira, com o espanhol David Blanco, vencedor em 2006, o argentino Martin Garrido e o jovem Ricardo Mestre, também terá uma palavra a dizer, assim como a Barbot-Siper, liderada pelo espanhol e vencedor em 2004, David Bernabéu, ou a Madeinox-Boavista, com um irreverente Tiago Machado, vencedor do Troféu Joaquim Agostinho e vice-campeão nacional de fundo e “crono”.
“Com este nível de corredores nas equipas portuguesas e o conhecimento que têm do percurso, será muito difícil para os conjuntos estrangeiros intrometerem-se na luta”, previu Joaquim Gomes.
No entanto, o previsível combate a dois entre Benfica e Liberty Seguros pode abrir caminho a surpresas, mas só a Scott-American Beef (ex-Saunier Duval) e a Barloworld impõem algum respeito, respectivamente com o espanhol Jose Gomez Marchante, já por duas vezes nos primeiros 10 da “Vuelta”, e o colombiano Felix Cardenas e o italiano Enrico Gasparotto, incluídos na equipa do português Hugo Sabido.
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