O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, garantiu hoje que o Governo não vai encerrar as escolas comunitárias que ensinam a língua e cultura portuguesas junto da diáspora.
“Não vamos encerrar porque essas escolas são da responsabilidade das associações e compete a elas o seu destino”, afirmou António Braga, salientando que “a abertura ou o encerramento desses estabelecimentos de ensino nunca dependeu do Estado”.
Segundo o governante, a política dirigida à rede de ensino do Português junto das comunidades portuguesas “vai ser reformulada, por um lado, com a colocação de professores e, por outro, dando um espaço temporal para que essas escolas possam aceder à certificação”.
O presidente da Associação dos Portugueses no Estrangeiro (APE), José João Morais, apelou quarta-feira ao Governo para que não acabe com as escolas comunitárias que ensinam a língua e cultura portuguesas.
Também o presidente da Associação de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá, Diniz Borges, admitiu quarta-feira, em Nova Iorque, que a nova política do Governo para o ensino do Português no estrangeiro pode ditar o fim das escolas comunitárias naqueles dois países.
“Deviam ter receio era do que se fazia até agora, com uma política de afastamento, nomeadamente na ausência de colocação de professores”, frisou António Braga.
“O programa que o Governo acabou de aprovar dirigido à Língua Portuguesa irá justamente responder a essa dificuldade que assinalamos desde que iniciamos funções e que, por dificuldades várias de reforma da administração pública, não tem sido possível levar à prática”, referiu.
“Do que falamos é da certificação desse ensino e dessa aprendizagem, que devem obedecer a critérios de rigor e de conteúdo pedagógico, correspondendo aos padrões exigidos internacionalmente”, sublinhou.
António Braga acrescentou que o programa governamental propõe “fundamentalmente alargar a presença de professores na rede educativa e fazer com que as escolas possam reforçar-se nas componentes de critérios pedagógico e científico, para que a sua certificação continue inalterada ou até aceder a elas aquelas que não a têm”.
O secretário de Estado falava hoje aos jornalistas no final da I Convenção Mundial das Comunidades Portuguesas, realizada desde quarta-feira em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, norte de Portugal.
Durante os três dias foram apresentados documentários, filmes e debates sobre os temas “A Crise do Associativismo”, “Memórias da Emigração” e “Geminações”.
A iniciativa – organizada pela APE em conjunto com a autarquia local – juntou delegados indicados pelas comunidades portuguesas, especialistas na matéria da emigração e membros do Governo português.
A convenção pretende criar um congresso anual para debater os principais problemas das comunidades portuguesas na diáspora.
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