A Área Metropolitana do Porto poderá seguir o exemplo da cidade inglesa de Sheffield, caso as autoridades nacionais e regionais decidam apoiar a criação do pólo de competitividade (“cluster”) de indústrias criativas que será proposto quarta-feira.
Os resultados do estudo sobre o desenvolvimento de um “cluster” de indústrias criativas na região Norte vão ser apresentados quarta-feira na Fundação de Serralves, no Porto, pelo consórcio que redigiu o documento, constituído pelas empresas Horwath Parsus Portugal, Opium, Gestluz e Tom Fleming Creative Consultancy.
O estudo foi encomendado pela Fundação de Serralves, em parceria com a Casa da Música, Junta Metropolitana do Porto e Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa do Porto, na sequência de um convite feito pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).
A directora-geral da Fundação de Serralves, Odete Patrício, disse hoje à agência Lusa que se trata de “um estudo macroeconômico” que visou saber se o Norte tem alguma potencialidade para vir a constituir um “cluster” de indústrias criativas.
“Tom Fleming, na primeira conferência que proferiu no Porto, em Dezembro, deu o exemplo de Sheffield, que era uma cidade em que dominava a indústria do aço e que, depois da deslocalização desta indústria, teve de encontrar um novo paradigma de desenvolvimento”, disse Odete Patrício.
O especialista em estudos e trabalhos sobre indústrias criativas, que quarta-feira fará uma síntese do estudo feito para o Norte de Portugal, realçou na conferência de Dezembro que foi também nas indústrias criativas que Sheffield decidiu apostar, “conseguindo baixar o desemprego e criar novo emprego”.
Situada no “epicentro” do Reino Unido, Sheffield beneficia da proximidade de importantes centros urbanos com actividade cultural, como Manchester, Nottingham e Leeds.
Odete Patrício destacou a qualidade dos autores do estudo sobre o Norte, salientando que o trabalho foi “muito centrado no terreno”, com a audição dos “actores locais”, nomeadamente instituições culturais, produtores, companhias de teatro, empresas de design e de conteúdos para audiovisuais, e universidades com cursos relacionados com as indústrias criativas.
“Pode-se criar aqui uma nova linha económica, de trabalho, a par das que já existem no Norte, no têxtil, na moda e na saúde”, salientou, recordando que, simultaneamente, a Fundação de Serralves lançou uma incubadora de indústrias criativas, para tentar perceber se há “massa crítica” para avançar.
A apresentação de quarta-feira vai incluir também uma conferência de Charles Landry, “unanimemente considerado o maior especialista internacional nos estudos da cultura e da criatividade como veículos para a revitalização das cidades”.
A sessão contará ainda com a presença dos ministros do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, Nunes Correia, e da Cultura, José António Pinto Ribeiro, e dos presidentes da CCDRN, Carlos Lage, e da Fundação de Serralves, António Gomes de Pinho.
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