Cerca de 9.600 elementos, 2.200 veículos e 56 meios aéreos vão estar disponíveis a partir de terça-feira na fase “Charlie”, período considerado o mais crítico de incêndios florestais, segundo a directiva operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
A fase “Charlie”, que se prolonga até 30 de Setembro, é a que mobiliza mais meios humanos e materiais e conta com 2.373 equipas, num total de 2.266 veículos, 9.642 elementos e 56 meios aéreos.
Os meios aéreos disponíveis incluem 35 helicópteros e 14 aviões, a que se juntam dois aerotanques pesados anfíbios e os novos cinco helibombardeios pesados.
Das 56 aeronaves, noves são meios próprios do Estado, sendo seis helicópteros e três ligeiros, segundo o Ministério da Administração Interna.
A estes meios aéreos há a associar dois helicópteros bombardeiros ligeiros da AFOCELCA, uma associação de empresas do sector papeleiro e de celulose, e brigadas de outros agentes presentes no terreno.
Quanto aos meios humanos, além das corporações dos bombeiros, o dispositivo operacional conta com o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, presente em 11 distritos com 720 elementos, com a Força Especial de Bombeiros “Canarinhos”, composta por um conjunto de 210 efectivos distribuídos em sete distritos considerados de elevado risco, e com as 35 Equipas de Intervenção Permanente espalhadas por cinco distritos.
Brigadas dos sapadores florestais e do Exército e equipas da AFOCELCA são outros agentes no terreno.
Todo este dispositivo é coordenado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, através do seu Comando Nacional e Comandos Distritais de Operações de Socorro.
De acordo com Governo, o dispositivo corresponde ao maior número de meios de sempre disponibilizado para o combate a fogos florestais.
A área ardida em Portugal nos primeiros cinco meses e meio deste ano, 3.454 hectares, quase triplicou face ao mesmo período do 2007, quando foram consumidos 1.228 hectares, segundo dados divulgados sexta-feira passada pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
Os dados referem-se ao período entre 01 de Janeiro e 15 de Junho, tendo sido revelados à agência Lusa, em Beja, à margem de uma reunião entre o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, com os 18 Governos Civis do país.
Segundo o MAI, ocorreram este ano 871 incêndios florestais, o que corresponde a mais 517 do que no ano transacto.
Braga (907), Vila real (669) e Bragança (425) foram os distritos com mais área ardida este ano, enquanto que Faro (nove), Beja (oito), Portalegre (cinco) e Évora (quatro) foram os distritos em que os incêndios consumiram menos hectares.