O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, defendeu hoje que o país dispõe este ano do maior número de sempre de meios de combate aos incêndios e lembrou que a luta contra os fogos florestais “dura todo o ano”.
Na apresentação do dispositivo operacional de combate aos fogos florestais do distrito de Aveiro, Rui Pereira recordou que estão este ano afectos ao combate aos incêndios “56 meios aéreos, nove dos quais do Estado, com o objectivo de garantir uma autonomia estratégica, 2.300 viaturas e cerca de 9.600 efectivos, correspondendo a mais meios do que em qualquer outro ano”.
Segundo o ministro da Administração Interna, “em resultado da profunda reforma empreendida pelo Governo, a protecção civil tem hoje uma doutrina clara em relação aos fogos florestais”.
“A luta contra os incêndios dura todo o ano”, enfatizou, afirmando que existe hoje uma “doutrina consolidada sobre o ataque inicial, a programação prévia e os fogos controlados”, que define a prevenção estrutural como incumbência da Direcção Geral dos Recursos Florestais, atribui a prevenção de proximidade à GNR, e o combate aos corpos de bombeiros e sapadores.
Rui Pereira expôs as principais linhas da “profunda reforma” da protecção civil empreendida pelo Governo: a aprovação da lei de bases, a criação da Secretaria de Estado da Protecção Civil, a reformulação da estrutura coordenadora através da Autoridade Nacional de Protecção Civil e a unificação do comando operacional, em termos nacionais e distritais.
“Estamos aptos a promover a articulação, em estreita cooperação, com os bombeiros voluntários e profissionais, com os sapadores florestais, as forças de segurança, as Forças Armadas que também são agentes de protecção civil, os órgãos de Justiça criminal e a sociedade civil”, afirmou.
O governador civil de Aveiro, Filipe Neto Brandão, destacou por seu lado “o ponto final na insustentável separação entre bombeiros e protecção civil”.
António Machado, comandante distrital de operações de socorro, esquematizou o dispositivo distrital e a realidade a que tem de responder, apontando como metas uma maior eficácia no combate aos incêndios nascentes, redução da área ardida e dos reacendimentos, bem como maior celeridade na detecção e ataque inicial aos fogos florestais.
Para um distrito com 2.800 quilómetros quadrados, a que correspondem 163 mil hectares de floresta, com uma população de 713.568 habitantes (255 habitantes por quilómetro quadrado), “garantir a segurança, tanto dos que combatem os incêndios como das populações é a primeira das prioridades”.
O dispositivo distrital, na fase “Bravo” (15 de Maio a 30 de Junho), compreende 26 equipas de bombeiros, com 130 elementos, sete equipas logísticas de apoio ao combate, com 14 elementos, e um helicóptero, com uma secção da GNR.
Na fase “Charlie” (01 de Julho a 30 de Setembro) os meios aumentam para 50 equipas de combate a incêndios, 24 equipas de logística e um grupo de reforço a incêndios florestais, duplicando os meios aéreos, com dois helicópteros, estacionados em Águeda e Vale de Cambra.
A fase “Delta” (30 de Setembro a 31 de Dezembro) tem um conjunto de meios equivalente à fase “Bravo”, contando ainda com o apoio da GNR e de militares, de equipas do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, sapadores das associações de produtores florestais e equipas municipais.